Leitores da Time se depararam com imagens fortes no site da revista, que divulgou fotos de um jovem sírio sendo decapitado por militantes islâmicos, em um exemplo terrível de crueldade na guerra civil que assola o país. Uma testemunha revelou que os assassinos eram do ISIS, grupo ligado à al-Qaeda. A identidade do autor das fotos não foi revelada. Sabe-se apenas que ele não é sírio, é um fotojornalista profissional, e que as imagens foram feitas na cidade de Keferghan, próxima a Aleppo, no dia 31/8.
O nome do fotógrafo não foi publicado para protegê-lo de retaliações, caso ele volte ao país. A decapitação foi a última de quatro execuções documentadas por ele naquele dia. “Eu estava me sentindo terrível; muitas vezes eu quase vomitei. Mas me controlei porque, como jornalista, sabia que tinha que documentar isso, como fiz com as três decapitações anteriores que fotografei naquele dia”, contou. “A multidão começou a gritar. Todos estavam felizes. Senti que, se eu tentasse intervir, seria retirado dali e as execuções aconteceriam de qualquer modo. Sabia que não seria capaz de mudar o que estava acontecendo e eu poderia me colocar em perigo. Vi uma cena de crueldade total. Mas parece que, em dois anos e meio, a guerra degradou a humanidade das pessoas”.
Em vídeo no site da revista, Bobby Ghosh, editor internacional da Time,apresenta as fotos e afirma que as atrocidades estão sendo cometidas pelas forças de Bashar al-Assad e por vários grupos rebeldes. “Está ficando cada vez mais difícil decidir quem são os mocinhos e quem são os bandidos [no conflito]”, resume ele.