Dois anos após o anúncio de um esforço ambicioso para atingir diretamente os leitores por meio de um programa chamado Next, a Thomson Reuters decidiu mudar de direção. A Reuters é uma agência de notícia de alcance global, com suas fotos e reportagens aparecendo em outras publicações. O Next seria uma plataforma que alcançaria diretamente os consumidores. O plano, no entanto, acabou prejudicado pelos atrasos e pelo alto custo.
Em um e-mail para os funcionários, o chefe-executivo da Reuters, Andrew Rashbass, explicou que a decisão de acabar com o Next antes mesmo de seu lançamento oficial havia sido tomada pelo excesso de custos e o fracasso em alcançar os leitores internacionais. “O Next está longe de conquistar viabilidade comercial ou sucesso estratégico”, escreveu Rashbass. “Na verdade, o site da Reuters é um ponto de partida melhor para onde precisamos ir. Portanto, decidi cancelar o projeto Next e colocar nossos esforços em reforçar e melhorar o Reuters.com”. Segundo o email, diversos executivos da empresa decidiram se demitir por causa da decisão.
Produto visionário, mas com problemas
Joshua Benton, diretor do Nieman Journalism Lab na Universidade de Harvard, disse estar surpreso pela decisão da Reuters, pois a versão prévia do Next havia criado bastante interesse. “O que vimos na prévia era bem visionário em termos de conteúdo e tecnologia. Ele gerou muito entusiasmo por ser uma organização de notícias fazendo algo digitalmente inteligente”, afirmou.
De acordo com o site Politico, diversos funcionários da Reuters revelaram que o projeto vinha enfrentando problemas há algum tempo. Segundo eles, o Next teria morrido por causa das políticas corporativas, da falta de direção e da consciência de que o dinheiro é mais importante para a Thomson Reuters do que notícias focadas nos leitores.