A rede pública britânica BBC foi aconselhada por seu conselho administrativo, o BBC Trust, a atrair a atenção dos mais de dois milhões de jovens que assistem aos canais regulares BBC1 e BBC2, e não aos canais dedicados ao público infanto-juvenil, CBBC e CBeebies.
Em uma análise do gênero, o BBC Trust elogiou o departamento infantil da rede, mas disse que uma ação deve ser tomada para que a BBC permaneça relevante para os jovens telespectadores, que podem trocá-la pelas novas tecnologias.
Há um ano, quase todos os programas infantis da BBC foram removidos dos canais principais e concentrados exclusivamente nos canais juvenis. Ainda assim, segundo o relatório do BBC Trust, hoje 2,1 milhões de crianças entre 4 a 12 anos assistem aos canais BBC1 e BBC2 semanalmente, mas não assistem ao CBeebies nem ao CBBC.
O BBC Trust, que defendeu a remoção de programas infantis dos canais principais, agora aconselha a rede a colocar mais programas da CBBC no BBC 1 e 2 após as sete horas da noite, quando o canal juvenil termina sua transmissão.
Em baixa
Ambos os canais infanto-juvenis enfrentam problemas para segurar sua audiência, com crianças entre 4 e 6 anos considerando o CBeebies “muito infantil” e as acima de 9 anos assistindo a novelas juvenis nos canais principais em vez da programação da CBBC.
O BBC trust também ressaltou que a rede corre o risco de “cair nos hábitos de consumo de mídia dos jovens”, com sua oferta de interatividade e mobilidade para a CBBC e a CBeebies “relativamente básica”quando comparada com outras emissoras rivais. O alcance da BBC entre jovens de 16 a 24 anos é o menor do país, segundo o relatório. A audiência dos canais infantis da BBC diminuiu no ano passado e a Disney Channel ultrapassou a CBBC na TV a cabo e em satélite.
Outro problema enfrentado pela BBC é a dificuldade da CBBC em herdar os telespectadores da CBeebies, voltada para crianças menores. No meio radiofônico, a rede britânica também encontra problemas com o público infanto-juvenil. O programa infantil diário da estação digital Radio 4 não foi lembrado por nenhuma das oito mil crianças entrevistadas para o relatório do BBC Trust.