Os membros do parlamento britânico desistiram de convocar o magnata da indústria de mídia Rupert Murdoch para depor no Comitê de Mídia, Esporte e Cultura. Assim, Murdoch vai escapar de uma investigação por seus comentários em relação ao inquérito policial sobre o uso de grampos telefônicos por parte de seus jornais.
Em uma reunião gravada secretamente, o empresário descreveu a polícia como “completamente incompetente” e disse que as investigações eram o “maior inquérito de todos os tempos sobre algo quase insignificante”. Trechos da gravação foram publicados pela mídia do país.
Despesas legais
O comitê decidiu retirar a convocação após receber conselhos jurídicos de que isso poderia prejudicar os processos penais relacionados aos grampos telefônicos, que começarão no próximos mês. John Whittingdale, chefe do comitê, disse que os membros do parlamento reservavam o direito de convocar Murdoch após a conclusão dos julgamentos.
No dia 28 de outubro, Rebekah Brooks e Andy Coulson serão julgados sobre a prática de grampos telefônicos ilegais. Rebekah chefiou os tabloides The Sun e News of the World e foi executiva-chefe da News International, braço britânico da News Corp. Coulson foi editor-chefe do News of the World – e, posteriormente, atuou como diretor de comunicações do primeiro-ministro David Cameron. Os processos contra a News Corp já custaram 382 milhões de dólares em despesas legais. Segundo o grupo, ainda é impossível prever o custo futuro de advogados e indenizações.