A partir de 2014, o New York Times começará a oferecer novos tipos de assinaturas de conteúdo digital a diferentes preços. Isso trará mais variedade de planos de assinaturas além dos três atuais, assim como ajudará o jornal a se manter lucrativo e relevante.
O chamado paywall, ou seja, o acesso pago ao conteúdo digital, está crescendo porque os jornais não têm escolha. Quando o Times adotou seu modelo mais versátil, muitos críticos ridicularizaram a medida. Hoje, porém, os jornais estão superando os extremismos do debate sobre conteúdo pago e adotando amplamente modelos semelhantes ao do diário nova-iorquino. A escolha, no fim, não é sobre acesso pago ou não, mas sobre descobrir como gerar a receita dupla de que as empresas de notícias sempre dependeram e ainda se manter flexível.
O Times possui aproximadamente 738 mil assinantes digitais e pretende conseguir ainda mais com seus esforços. O primeiro novo plano de assinatura dará um gostinho do conteúdo do jornalão, sem entregar toda sua “loja”. Outro plano focará nos premiados projetos multimídia do diário. “Consumidores e anunciantes irão pagar mais por qualidade ou pelas coisas que uma marca faz de um jeito único”, diz Meredith Levien, chefe do setor de publicidade do Times.
Com base na experiência
O diário tornou-se o líder dos defensores de um paywall mediado. Enquanto jornais como o Wall Street Journal barram todo seu conteúdo àqueles que não pagarem a pesada taxa anual de 260 dólares, outros veículos mostram mais flexibilidade, como os planos para conteúdo para celulares da revista Sports Illustrated.
A revista People, por exemplo, estreou recentemente um plano de assinatura chamado People VIP. Por duzentos dólares, assinantes recebem presentes três vezes por ano, além de poderem ganhar ingressos para filmes e até um convite para a premiação do Oscar. Para os que não se importam com este tipo de mimo, ainda é possível assinar a revista por 100 dólares anuais ou assinar um aplicativo econômico com cobertura limitada por 10 dólares. “O que me irrita nas discussões sobre conteúdo pago é que se ignora onde está o verdadeiro valor [do conteúdo]”, diz Liz White, diretora digital da People. “O valor se encontra em recompensar os consumidores fieis e mantê-los”.
O Dallas Morning News, que recentemente derrubou seu antigo modelo de assinaturas, também está apostando em um programa que recompensa a fidelidade do consumidor. Assinantes digitais ganharão ingressos para eventos do jornal, como sua competição anual de vinhos ou seu concurso de soletração. “É um experimento com base na experiência”, afirma Jason Dyer, responsável pelo departamento de marketing e assinaturas do Dallas Morning News. “Baseado nas informações que temos, é isto o que os consumidores querem”.