Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Mídia americana usa cautela para divulgar ligações para a polícia

Foi com cautela que a mídia dos EUA reagiu à divulgação das chamadas telefônicas ao serviço de emergência 911 de dentro da escola Sandy Hook, em Newtown, Connecticut, durante o massacre do ano passado. Em dezembro de 2012, o jovem Adam Lanza, de 20 anos, invadiu a escola e abriu fogo contra alunos e professores, matando 20 crianças e seis adultos.

Dois jornais locais de Connecticut correram para divulgar as gravações na íntegra em seus sites, mas o maior jornal do estado, The Hartford Courant, postou inicialmente apenas uma matéria sobre as gravações e depois um vídeo com trechos dos telefonemas.

Já na TV, a maior parte das grandes emissoras do país – como CNN, MSNBC, NBC e ABC News – levou um tempo para decidir que não colocaria no ar os telefonemas. A NBC News declarou imediatamente que respeitaria o desejo de pais das vítimas para não exibir as gravações. “Busquei por algum imperativo editorial que pudesse justificar contrariar os desejos dos pais das vítimas. Ouvi as gravações e não vi nenhum imperativo editorial”, afirmou Deborah Turness, presidente da NBC News, que divulgou apenas a transcrição de alguns trechos. “A divulgação das gravações é uma coisa, mas colocar no ar o som do que estava acontecendo em tempo real é muito estressante”, explicou.

O Fox News Channel, por sua vez, divulgou alguns segundos das ligações. “Nós ouvimos todas as gravações e por respeito às vítimas seremos sensíveis com o que colocarmos no Fox News Channel e em todas as nossas plataformas”, justificou o âncora Shepard Smith. A CBS também optou por colocar apenas trechos no ar.