O New York Times contratou o jornalista Michael Forsythe, que deixou a Bloomberg News em novembro após controvérsia – denunciada pelo próprio Times – sobre a prática de autocensura na agência de notícias. Forsythe, que atuava na Bloomberg como correspondente em Hong Kong, estava envolvido na produção de uma matéria que, segundo fontes anônimas citadas pelo Times, foi bloqueada pelo editor-chefe, Matthew Winkler, para não irritar as autoridades chinesas.
No início de novembro, o Times publicou artigo afirmando que Winkler e outros editores do alto escalão da agência haviam decidido não publicar uma reportagem sobre a ligação financeira de um dos homens mais ricos da China com parentes de líderes políticos do país. O editor-chefe temia que os jornalistas da Bloomberg pudessem ser expulsos por desagradar os líderes do Partido Comunista.
O medo de represálias pela cobertura jornalística vinha de 2012, quando as vendas dos terminais de serviços financeiros da Bloomberg na China diminuiram depois que a Bloomberg News publicou um artigo sobre a riqueza da família do presidente Xi Jinping – na época, ele estava prestes a se tornar líder do Partido. Autoridades chinesas teriam iniciado uma campanha para que empresas estatais boicotassem o serviço. Além disso, o site da agência foi bloqueado nos servidores chineses e novos vistos de trabalho a jornalistas foram negados.
Depois do artigo do Times acusando a Bloomberg News de autocensura, a agência chegou a sofrer inspeções surpresa em suas redações na China. Winkler, que, segundo a matéria, teria comparado a autocensura na China à situação da imprensa na Alemanha Nazista, negou as informações ou a prática de autocensura. Forsythe foi suspenso logo após a controvérsia, e posteriormente deixou a agência.