A violência brutal no presídio de Pedrinhas, no Maranhão, repercutiu na imprensa internacional. O mote foi um vídeo curto que circulou pela internet no início de janeiro, mostrando cenas chocantes, filmadas pelos próprios presos. Nelas, corpos de detentos decapitados são exibidos como troféus por seus companheiros de cela.
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O semanário britânico The Economist foi direto ao ponto e publicou um artigo sob o título “Bem-vindo à Idade Média“, não apenas mencionando o vídeo, mas analisando a superlotação, a violência e a brutalidade nos presídios brasileiros. O texto também abordava as dificuldades enfrentadas pelo nosso sistema penal, como a lentidão nos julgamentos, a ausência de assistência jurídica aos detentos e as altas taxas de reincidência entre os criminosos.
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O New York Timesabordou a situação geral do presídio de Pedrinhas, lembrando assassinatos ocorridos anteriormente no local. O jornalão americano também citou as retaliações ocorridas fora do presídio, como o incêndio de um ônibus que resultou na morte de uma criança de seis anos. O diário reproduziu a opinião da governadora do estado, Roseana Sarney, citando especificamente uma entrevistapublicada na edição impressa do jornal O Estado do Maranhão de 5 de janeiro de 2014.
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O Wall Street Journalrepublicou informações da Folha de S.Paulo e focou no aspecto político da questão, citando o posicionamento da governadora Roseana Sarney e mencionando o domínio da família Sarney sobre o estado do Maranhão “durante meio século”.
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A rede de TV americana CNNtambém aproveitou informações do jornalFolha de S.Paulo, citando o vídeo, identificando os presos decapitados, explicando sobre o esquema de comandos de facções rivais dentro dos presídios e ressaltando que torturas e violência não são situações exclusivas do Maranhão, e sim um problema de ordem nacional no Brasil.
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O Huffington Postse concentrou na análise do vídeo em si, identificando os presos degolados e listando rebeliões anteriores já enfrentadas pelo Complexo Prisional de Pedrinhas, bem como sua superlotação. O jornal não se aprofundou muito na cobertura e baseou-se em informações de outros veículos, como Folha de S.Paulo, CNN e Wall Street Journal.
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O jornal britânico Daily Mailoptou por uma abordagem mais gráfica e divulgou o vídeo em seu site, alertando a seus leitores sobre o conteúdo pesado das imagens. O jornal foi mais superficial em sua cobertura e também reproduziu informações da Folha de S.Paulo e da CNN.