O recente conflito na Ucrânia é retratado de forma diferente pelas mídias do Ocidente e Oriente. Dependendo da fonte de notícias, a percepção é modificada: de um lado, pode parecer que a população ucraniana está lutando por sua liberdade contra um governo tirano; do outro, que vândalos e criminosos ameaçam a paz na ex-república soviética.
No canal de TV americano ABC News, os manifestantes antigoverno são retratados como pessoas dispostas a morrer por sua liberdade, trabalhadores que lutam por seus direitos contra um governo corrupto. Já no canal russo Channel One, controlado pelo governo, o conflito toma outro tom. São mostradas imagens de estabelecimentos destruídos – de acordo com os repórteres do canal – pelos manifestantes, escolas fechadas, longas filas nas estações de gás e supermercados vazios. Os âncoras se referem aos manifestantes como extremistas, e são mostradas imagens de policiais sendo atacados. Cada lado escolhe mostrar as imagens que servem aos seus interesses e ambos alegam que estão sendo imparciais.
A Rússia e os EUA têm visões diferentes sobre o que está ocorrendo na Ucrânia, e isso acaba refletindo na cobertura realizada pelos veículos de comunicação dos dois países. O presidente americano, Barack Obama, declarou recentemente para jornalistas de seu país que “espera que o governo ucraniano aja com moderação e não recorra à violência para lidar com os manifestantes pacíficos”. Já o governo russo expressou apoio ao governo – agora deposto – de Viktor Yanukovych e acusou seus oponentes de tentar chegar ao poder por meio de um golpe.