Jornalistas do diário francês Libération abriram as portas da redação ao público, no sábado [15/3], como parte de sua campanha para salvar a publicação de esquerda. Centenas de pessoas lotaram o prédio onde funciona, em Paris, o jornal, cofundado pelo filósofo Jean-Paul Sartre em 1973.
O movimento para salvar o Libé teve início depois que seus acionistas anunciaram, diante da queda nas vendas e da dificuldade de encontrar novos investidores, planos alternativos para transformar sua sede em um centro cultural com estúdios de rádio e TV, restaurante e bar. O foco dos donos é “monetizar” a marca. Os jornalistas reagiram com uma paralisação e um protesto na primeira página: “Somos um jornal”, diziam eles.
No evento do fim de semana, eram vendidas bolsas e camisetas com o mote da campanha – “Libération, somos um jornal” – em uma espécie de desafio aos acionistas que querem reestruturar o título.
Na redação, jornalistas organizaram visitas para o público e debateram o futuro do diário e da imprensa francesa em geral, que sofre com a diminuição do número de leitores e da receita publicitária. Leitores presentes à manifestação lamentaram o declínio do jornal, que nos últimos anos enfrentou diversas crises.
Leia também
Que futuro espera o ‘Libération’? – Leneide Duarte-Plon