Uma ação que acusava a News Corp, o seu presidente, Rupert Murdoch, e seus principais executivos de terem enganado investidores ao não revelarem o real tamanho dos grampos telefônicos ilegais realizados por dois jornais do grupo no Reino Unido foi considerada improcedente pela justiça americana.
Em uma decisão tornada pública na semana passada, o juiz Paul Gardephe, de Manhattan, afirmou que os réus não poderiam ser considerados responsáveis por declarações dadas antes do período específico em que os acionistas procuravam recuperar suas perdas.
A ação foi baseada em declarações dadas por Murdoch, pela ex-editora do tabloide News of the World Rebekah Brooks e outros membros da diretoria nos anos após a prisão do repórter Clive Goodman e do detetive particular Glenn Mulcaire, em 2006. Os acionistas acusaram os réus de terem concedido declarações em entrevistas, conferências por telefone, comunicados à imprensa e testemunhos ao Parlamento sugerindo que o caso – em que Goodman grampeou ilegalmente telefones de funcionários da família real britânica – tinha sido um incidente isolado.
Os acionistas alegam que as escutas ilegais eram uma “prática comum” no News of the World e no The Sun, mas foram reveladas ao público apenas em julho de 2011, após a publicação de reportagens que acusavam os repórteres de terem hackeado, em 2002, o telefone de uma adolescente desaparecida.
De acordo com os acionistas, por causa da revelação dos grampos, as ações da News Corp tiveram uma queda de 17% em duas semanas e os planos de compra da companhia British Sky Broadcasting foram cancelados.
Porém, de acordo com o juiz Paul Gardephe, “quase todas” as alegadas falsas declarações precederam o período a que se refere a ação coletiva, de fevereiro a julho de 2011.