Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

‘Washington Post’ investe em jornalismo digital

Há alguns anos, o tradicional jornal americano The Washington Post reduzia sua equipe e tinha poucas ambições, à medida que a receita proveniente da venda de espaço publicitário despencava. No ano passado, no entanto, a venda do jornal pela família Graham para o investidor bilionário Jeff Bezos, fundador da gigante de internet Amazon, parece ter trazido novos e bons tempos ao Post.

Desde que Bezos assumiu o controle, as notícias sobre o Post pipocam a cada mês: o jornal está experimentando com novos projetos, tentando se adaptar à nova era digital, e, após anos de encolhimento, são feitas novas contratações para a redação. Todo esse clima tem deixado os funcionários animados.

Grande parte do investimento do Post ocorre na área digital, com site remodelado e novos blogs. O objetivo é fazer com que a audiência online cresça, com foco em conteúdo nacional e internacional. Além do redesign do site, há o lançamento de uma editoria para notícias durante a noite e a criação de uma equipe para cuidar das notícias de plantão enquanto elas surgem ao redor do mundo.

“Nós estamos investindo novamente e construindo um futuro digital para as notícias”, disse a publisher Katharine Weymouth, que é membro da família Graham, em uma entrevista no Post junto com o editor-executivo do jornal, Marty Baron. “Nós reconhecemos que as pessoas estão consumindo notícias 24 horas por dia”, afirmou ele. “Nós temos que fazer parte disso”, completou, lembrando que a circulação impressa não vai voltar a crescer.

Liberdade para experimentar

Nos dias pré-Bezos, o Post não tinha os recursos necessários para executar alguns dos seus planos digitais. Baron e Katharine afirmam que o chefe não comprouo jornal – por 250 milhões de dólares – com um grande plano na cabeça para resolver todos os seus problemas. Ele também não tem a intenção de gerenciar a empresa diariamente, mas se interessa por pensar o futuro. Segundo Baron, Bezos trouxe com ele “ideias, perguntas e capital”.

O investidor se reúne com seus principais executivos a cada três meses. A cada duas semanas, ele participa de uma teleconferência com uma hora de duração. Katharine diz que Bezos está “envolvido em um nível estratégico, não em um nível operacional”. Segundo ela, ele não espera que a equipe resolva todos os problemas e descubra a solução para o futuro do jornalismo em um ano. “Ele quer que experimentemos. É meio que o mundo perfeito”, diz a publisher.