Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Onda pró-Kremlin invade comentários do ‘Guardian’

Uma onda de comentários favoráveis ao Kremlin tem infestado as áreas de comentários no site do jornal britânico The Guardian – o mesmo tem acontecido com outros sites de notícias do país. Os moderadores do Guardian, que lidam com cerca de 40 mil comentários de leitores por dia, acreditam que haja uma campanha orquestrada a favor do governo russo.

Leitores e jornalistas temem que os comentários sejam feitos por usuários pagos para denegrir qualquer um que critique a Rússia ou o presidente Vladimir Putin. Uma queixa vinda de um leitor para o editor dos leitores em 6/5 deixa clara a insatisfação: “Nas últimas semanas, eu tenho ficado incrivelmente frustrado e desiludido pela sua inabilidade para moderar efetivamente as ondas de trolls que têm postado propaganda pró-Putin nos comentários das matérias sobre o conflito entre a Ucrânia e a Rússia.”

Em fevereiro de 2012, o Guardian reportou que um movimento pró-Kremlin que coordenava uma rede de trolls na internet trabalhava para disseminar uma cobertura favorável ao presidente Putin e desacreditar oposicionistas na mídia, de acordo com e-mails privados hackeados por um grupo que diz ser o braço russo do Anonymous. Os trolls são pessoas que têm por objetivo desestabilizar determinada discussão na rede, com provocações e insultos que acabam por enfurecer os participantes legítimos do debate. De acordo com a matéria, o grupo divulgou centenas de emails que mostravam detalhes sobre uma série de pagamentos feitos para jornalistas e blogueiros.

Apesar de não existir nenhuma evidência conclusiva sobre quem está por trás da atual onda de comentários pró-Rússia, os moderadores do jornal acreditam que de fato exista uma campanha orquestrada para não deixar que ocorra um debate saudável de opiniões nas seções de comentários.