Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

AT&T mira mercado de TV com compra da DirecTV

Foi anunciado, no último fim de semana, o plano de compra da empresa de TV por assinatura DirecTV pela gigante de telecomunicações AT&T por US$ 48,5 bilhões. Se aprovada, a transação deve mudar o cenário do setor nos EUA. As duas empresas prometeram benefícios para os consumidores, como pacotes mais econômicos com plano de celular, TV por assinatura e internet em uma conta única.

A AT&T declarou que vê a compra como uma maneira de ajudar a redefinir a indústria de entretenimento em vídeo ao unir serviços e impulsionar sua entrada em mercados latino-americanos promissores. Segundo o presidente da AT&T, Randall Stephenson, a junção das companhias “une os pedaços” para um objetivo antigo da empresa: fornecer conteúdo premium, distribuindo-o para diferentes plataformas digitais, como smartphone, tablet, televisão e laptop.

Hoje, a AT&T é o segundo maior provedor de internet sem fio dos EUA, com 116 milhões de clientes. Com a compra, a empresa ganha acesso aos 20 milhões de clientes da DirecTV nos EUA e 18 milhões na América Latina. Junto com o pacote de serviços por fibra ótica de internet, TV e telefone digital U-Verse, que a AT&T já oferece para 5,7 milhões de assinantes, as empresas combinadas somariam 26 milhões de clientes de TV nos EUA, tornando-se, assim, a segunda maior operadora de TV paga no país – em fevereiro, a Comcast e a Time Warner Cable anunciaram os planos para uma fusão de US$ 45 bilhões, que as deixaria com 30 milhões de assinantes.

Avaliação

Agora, as empresas deverão passar pelo escrutínio da Comissão Federal de Comunicações (FCC) e do Departamento de Justiça. A fusão entre elas poderá reduzir o número de provedores de TV paga em cerca de 25% dos lares americanos: atualmente, a AT&T fornece serviço de TV em 22 estados, onde compete diretamente com a DirecTV, que opera em todo o país. Juntas, elas não poderão se sobrepor. A redução das opções de serviços poderá aumentar o preço para o consumidor, e essa geralmente é uma questão que preocupa os reguladores.

Delara Derakhshani, que é conselheira do Consumers Union, braço lobista da revista Consumer Reports, que testa produtos e informa os resultados ao público americano, criticou a compra, que classificou de “a mais recente tentativas de consolidação em um mercado onde os consumidores já estão sobrecarregados com serviços ruins e preços altos”.