A China anunciou novas regras de regulação para os serviços de mensagens instantâneas por celular, em mais uma tentativa de controlar as comunicações digitais, assim como já é feito em sites e nas redes sociais. De acordo com as novas regras, publicadas pela agência estatal de noticias Xinhua, os usuários deverão informar seus nomes verdadeiros quando se registrarem nos serviços de mensagens e deverão concordar em obedecer a uma série de regras que incluem questões de moralidade social, autenticação de informações e respeito ao regime socialista.
As novas normas também proíbem contas públicas de postar notícias sobre assuntos atuais, a não ser que tenham licenças específicas para publicar este tipo de conteúdo. Os provedores de serviços terão que suspender as contas que violarem os termos de conduta e guardar os dados destas violações para depois entregá-los às autoridades.
Regulação afeta serviços populares
As regras terão um duro efeito em serviços de trocas de mensagens instantâneas como o WeChat, conhecido como Weixin na China, que permite que os usuários compartilhem mensagens de voz, fotos, vídeos, textos e conversem em grupo. O serviço, popular no país, acabou se tornando um dos principais fóruns de debate online diante das restrições às redes sociais.
De acordo com o professor Xu Xin, do Instituto de Tecnologia de Pequim, a nova regulação é a mais dura já criada para as comunicações digitais. Xu administra uma popular conta de conselhos sobre assuntos legais em um serviço de mensagens e ocasionalmente republica notícias e comentários sobre acontecimentos atuais. “Eu falei para os voluntários que me ajudam a administrar a conta que, de agora em diante, nós não podemos mais publicar conteúdo sobre temas atuais. É provável que muitas das contas públicas administradas por usuários que publicam conteúdo sobre notícias fechem”, avalia o professor.