Dois fotógrafos iranianos foram condenados a 75 chicotadas na província de Qazvin. O motivo: criticaram um livro de fotografias publicado por Mohammad-Ali Hazrati, chefe do órgão responsável pela herança cultural da província e conselheiro de Cultura do governador. Hazrati considerou um insulto as resenhas feitas pelos fotógrafos Khalil Imami e Abbas Alipour, que, em posts separados, criticaram o uso de dinheiro público para a publicação de um livro que, para eles, não tinha valor artístico.
O livro de fotografias, intitulado Qazvin, a Terra de Tempos Passados, foi patrocinado pelo governo local e distribuído gratuitamente. Em um texto no site de uma publicação semanal, Imami abordou detalhes técnicos, criticando a luz e o enquadramento das 230 fotografias estampadas no livro. Aparentemente, Hazrati usou um pseudônimo para postar uma resposta ao texto, classificando a crítica de Imami de parcial. Alipour, por sua vez, defendeu o colega, revelando a verdadeira identidade do pseudônimo e questionando as credenciais fotográficas de Hazrati – que abriu uma queixa contra os dois. Um tribunal de Qazvin condenou-os por insultar o oficial.
Esta não é a primeira vez que um veredicto deste tipo é emitido no Irã. Em 2012, o cartunista Mahmoud Shokraye foi condenado a 25 chicotadas por insultar um parlamentar – que acabou retirando a queixa após a repercussão negativa da sentença.