O mercado de notícias digitais está aquecido nos EUA. Até recentemente, investidores tinham pouco interesse em colocar dinheiro em empreendimentos jornalísticos. Em 2014, porém, este cenário mudou. Novos sites de notícias vêm recebendo injeções de ânimo das mais variadas fontes, desde grandes empresários e companhias de TV até milionários do Vale do Silício – no início do ano, o empresário de tecnologia Marc Andreessen, cuja empresa injetou 50 milhões de dólares no BuzzFeed recentemente, previu uma “era de ouro” para o jornalismo.
Após ter recebido investimentos que somaram 500 milhões de dólares da A+E Networks e da Technology Crossover Ventures, a Vice Media, que tornou-se símbolo de sucesso das novas companhias de mídia digital, passou a valer mais de 2,5 bilhões de dólares, quase o dobro do preço em que foi avaliada há um ano. A Vice é o exemplo mais explícito de como esses novos sites conseguem atrair audiências variadas. A companhia de origem canadense, que começou como uma revista impressa alternativa, hoje alcança seu público através de sites, aplicativos móveis e até mesmo um programa de TV no canal pago HBO.
Como são digitais, essas companhias de notícias não têm custo com impressão e transporte de publicações, o que permite que elas invistam uma parte maior de suas receitas na contratação de talentos, como jornalistas renomados e blogueiros populares. No início de 2014, o jornalista Ezra Klein, conhecido blogueiro do Washington Post, foi contratado pelo grupo Vox Media para lançar seu próprio portal, o Vox.com.
Alguns desses sites – o Vox incluído – também têm como diferencial o fato de usarem novas tecnologias, o que os coloca num meio termo entre uma companhia tradicional de mídia e uma firma de tecnologia, fazendo com que sejam mais atraentes para os investidores.
Porém, diferente das companhias de tecnologia, muitas dessas novas empresas de notícias digitais ainda não conseguiram encontrar um modelo de sobrevivência sustentável e possivelmente terão dificuldade para conseguir dar o retorno que os investidores esperam.
Com tantos competidores no mercado, será complicado cobrar altos valores por anúncios, assim como convencer os leitores a pagar por assinaturas. Por isso, empresas como a Vice Media já se estendem por diferentes áreas, como conferências e pesquisa, para conseguir obter sucesso financeiro.