Bill Simmons, um dos jornalistas mais populares do conglomerado de comunicação ESPN, foi suspenso após ter chamado o comissário da National Football League (NFL), Roger Goodell, de mentiroso e de ter desafiado a rede de TV a puni-lo por isso.
Durante o podcast realizado pelo site Grantland, Simmons criticou o fato de o comissário ter alegado não ter assistido ao vídeo de uma câmera de vigilância de um elevador que mostrava Ray Rice, atleta do time de futebol americano Baltimore Ravens, agredindo sua mulher com um soco (horas depois de o vídeo ter sido divulgado pelo portal TMZ, o Baltimore Ravens rompeu o contrato com o jogador e a NFL suspendeu o atleta por tempo indeterminado).
Desrespeito aos padrões editoriais
Considerado um dos jornalistas esportivos mais populares do país, Simmons teve uma rápida ascensão na ESPN. Devido ao seu prestígio, ele ganhou a posição de editor-chefe do site Grantland, um portal de notícias sobre esportes e cultura.
De acordo com a ESPN, ao chamar Goddell de mentiroso “Simmons não seguiu o padrões editorias da empresa” e por isso foi suspenso por três semanas de todas as suas atividades (ele também é produtor-executivo da série de documentários “30 for 30” exibida pelo canal).
Esta não é a primeira vez que Bill Simmons se envolve em uma polêmica com a ESPN. Em 2009 e em 2013 ele também foi suspenso pela emissora por ter publicado mensagens que violavam a linha editorial da empresa no Twitter (onde tem quase três milhões de seguidores).
Punição exemplar
No consenso geral, a punição imposta pela ESPN a um de seus jornalistas mais populares foi ao mesmo tempo uma forma de mostrar publicamente que a empresa tem padrões jornalísticos a serem seguidos pelos seus funcionários, mesmo que sejam estrelas, e também de não entrar em conflito com um dos seus parceiros, a NFL, dona dos direitos de transmissão do Monday Night Football, telejornal esportivo de maior audiência do canal.