Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Governo classifica sanções de Obama de ‘repugnantes’

O presidente Barack Obama, que classificou o ciberataque ao sistema da Sony Pictures de um “ato de vandalismo”, emitiu [2/1] uma ordem executiva que permite sanções a três organizações e 10 indivíduos norte-coreanos. De acordo com a Casa Branca, a ordem é uma resposta “às ações provocativas, desestabilizadoras e repressivas” da Coreia do Norte.

O sistema interno da Sony foi atacado por um grupo que se intitula “Guardiões da Paz” e que vazou trocas de emails entre diretores do estúdio. As mensagens provocaram saias justas, já que continham críticas a atores e até ao presidente Obama. O grupo de crackers que invadiu o sistema exigia que o filme A Entrevista, que representa a morte do líder norte-coreano Kim Jong-un, não fosse exibido. A Sony chegou a anunciar o cancelamento da estreia para o dia de Natal, mas acabou voltando atrás e liberando o longa em salas de cinema e para compra na internet.

Acredita-se que esta é a primeira vez que o governo dos EUA pune um país por conta de ciberataques a uma empresa americana. A Coreia do Norte, por sua vez, nega envolvimento na invasão ao sistema da Sony. As instituições e pessoas citadas nas sanções não estariam diretamente ligadas ao ciberataque, mas o objetivo seria isolar a indústria de defesa norte-coreana. Entre os alvos estão o Escritório Geral de Reconhecimento, principal órgão de inteligência do país; a Komid, principal fabricante de armas, além de seus representantes na Rússia, Irã e Síria; e a Corporação de Comércio Tangun, que, de acordo com o governo americano, dá suporte a pesquisas de Defesa da Coreia do Norte.

De acordo com a BBC, no entanto, como as relações entre o país e os EUA são pequenas, é improvável que as sanções tenham algum efeito significativo. Elas podem ser vistas, assim, mais como um ato simbólico.

No domingo [4/1], a Coreia do Norte respondeu às sanções, classificando-as de repugnantes e hostis. “A Sony Pictures Entertainment produziu um filme lamentável, incitando abertamente ao terrorismo contra um Estado estabelecido, atraindo apenas a crítica do público em casa e no exterior. Mas os EUA deram início a uma barulhenta campanha anti-Coreia do Norte, ligando deliberadamente o ‘ciberterror’ ao país”, dizia a declaração do Ministério das Relações Exteriores norte-coreano.