Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Estado Islâmico lança ofensiva contra o governo japonês

Um novo vídeo divulgado na internet na noite de sábado [31/1] pelo Estado Islâmico (ISIS) mostra a decapitação de mais um jornalista. Desta vez, a vítima do grupo terrorista é o japonês Kenji Goto. O vídeo, intitulado “Uma mensagem para o governo do Japão”, é similar aos vídeos anteriores divulgados pelo ISIS. Distribuídas em sites extremistas que apoiam a causa do grupo, as imagens foram disseminadas por simpatizantes em redes sociais.

Apesar de a veracidade do vídeo ainda não ter sido comprovada, líderes mundiais condenaram o crime. “O governo tentou o seu melhor para lidar com esse assassinato, mas estamos profundamente tristes por este desprezível e horrendo ato terrorista”, afirmou o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe. No vídeo, uma mensagem dirigida a Abe afirma que, por sua decisão irresponsável de participar de uma guerra invencível, Goto seria morto e a carnificina continuaria. “Que comece o pesadelo para o Japão”, dizia a mensagem.

Em 20/1, o ISIS ameaçou Goto e o empresário Haruna Yukawa de morte em um vídeo online. Na mensagem, o grupo afirmava que mataria os reféns em 72 horas se não recebesse o pagamento de 200 milhões de dólares. Dias depois, o grupo disse ter assassinado Yukawa.

Goto, que fundou uma agência de notícias em 1996, já havia reportado conflitos nos Bálcãs, na África e no Oriente Médio – financiando, muitas vezes, suas próprias viagens. Em outubro de 2014, ele viajou à Síria para tentar a libertação de Yukawa. Os dois haviam se conhecido em abril de 2014 no país, para onde Yukawa teria se mudado para tentar abrir uma empresa de segurança.

No Twitter, o premiê britânico, David Cameron, classificou o ISIS de “personificação do mal”. O presidente americano, Barack Obama, expressou solidariedade ao Japão. “Os EUA condenam o abominável assassinato do cidadão japonês e jornalista Kenji Goto pelo grupo terrorista ISIS. Através de seu trabalho, Goto bravamente tentou transmitir a situação da população síria ao resto do mundo”, afirmou.

Os jornalistas americanos James Foleye Steven Sotloffforam mortos pelos ISIS em agosto e setembro de 2014, respectivamente. O fotojornalista Foley havia sido sequestrado em novembro de 2012 na Síria; Sotloff, que atuava como freelancer, desapareceu em 2013.

Leia também

Execução de James Foley reacende debate sobre segurança

Remoção de vídeo do Twitter e do YouTube levanta debate ético

ISIS usa as redes sociais para ampliar imagem de poder