Um relatório da Comissão Federal de Comércio (FTC) dos EUA, publicado na quinta-feira [19/3] pelo Wall Street Journal, afirma que o Google manipula seus resultados de busca para beneficiar os seus próprios serviços e produtos.
A revelação poderia dar justificativa legal para o órgão federal entrar com uma ação por práticas antitruste sob argumentação de que a empresa realiza práticas contrárias à livre concorrência e abuso de monopólio. Membros da Comissão chegaram a recomendar que a empresa fosse alvo de alguma ação legal. O próprio relatório, no entanto, conclui que funcionários do FTC reconheceram que os argumentos de defesa utilizados pelo site de buscas são fortes e podem evitar que uma ação antitruste seja bem sucedida.
Editores de informações
Desde 2003, o Google se defende afirmando que a Primeira Emenda da Constituição americana protege o direto da empresa de alterar os resultados de busca da maneira que achar necessária e que por isso não poderia ser processado por essa prática. O argumento da empresa é que, ao criar um algoritmo que transforma gigabytes de informação em uma lista de links, ela está exercendo um controle editorial. Assim como os editores de jornais escolhem quais matérias devem ser publicadas, o Google argumenta que ele decide qual e como a informação deve ser apresentada para o seu usuário. Desta forma, organizar e publicar informações sobre fatos e opiniões são atividades de direito de expressão que podem ser corroboradas pela Primeira Emenda.
Kent Walker, conselheiro geral do Google, afirmou em comunicado que os comissários do FTC concordaram que não havia necessidade de uma ação legal. “Após uma exaustiva revisão durante 19 meses, que cobriu nove milhões de páginas de documentos e várias horas de testemunhos, os membros do FTC e todos os cinco comissários concordaram que não existia a necessidade de uma ação legal sobre a maneira como nós listamos e mostramos os nossos resultados de busca”, declarou.