Os jornalistas Brian Ross e Richard Esposito, da ABC News, levantaram suspeitas de que o governo americano possa estar monitorando os registros telefônicos de membros da imprensa para descobrir a identidade de suas fontes confidenciais. Ross e Esposito afirmam ter recebido a informação de um funcionário sênior da polícia federal dos EUA. Esta fonte teria dito para eles comprarem novos telefones celulares.
Os jornalistas dizem não saber como esse mapeamento das ligações de profissionais da imprensa estaria sendo feito, mas levantam a suspeita de que isso poderia ser parte do programa de grampos da Agência de Segurança Nacional usado para rastrear atividades terroristas.
Pistas para vazamentos
‘Outras fontes nos disseram que ligações de repórteres da ABC News, New York Times e Washington Post estão sendo examinadas como parte de uma investigação maior da CIA’, afirmaram os dois no sítio The Blotter, da emissora. Segundo eles, diretores da CIA teriam ficado irritados com reportagens sobre a existência de prisões secretas na Romênia e Polônia. A agência também não teria gostado de matérias que revelaram o uso de seus mísseis no Paquistão. ‘O padrão das ligações de um repórter poderia fornecer pistas preciosas para investigadores de vazamentos [de informações confidenciais]’, completaram.
Em seu informe de quarta-feira (17/5), o secretário de Imprensa da Casa Branca, Tony Snow, respondeu a uma questão sobre a possibilidade da existência destes grampos de jornalistas. Snow afirmou que a denúncia não tem base, já que o polêmico programa de mapeamento de registro telefônico do governo é voltado para a guerra contra o terrorismo internacional. Informações da Editor & Publisher [15/5/06] e The Blotter [15 e 17/5/06].