Thursday, 21 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

A complicada natureza híbrida da rede social

Muitos jornalistas, na semana passada, noticiaram via Twitter que o jornalista britânico Piers Morgan, ex-editor dos tabloides News of the World e Daily Mirror, teria sido suspenso por seu atual empregador, a rede de TV americana CNN, por conta do escândalo dos grampos telefônicos no Reino Unido. A notícia era, na verdade, um boato – que não se confirmou. O episódio deu início a um debate sobre a necessidade dos jornalistas confirmarem informações antes de tuitá-las.

Enquanto alguns repórteres emitiram pedidos de desculpas a seus seguidores no microblog, Felix Salmon, da Reuters, provocou: escreveu um post em que sugeria que o Twitter está mais para uma redação do que um jornal. “Na redação, dizemos algo do tipo: ‘você ouviu que Piers Morgan foi suspenso?’ e está tudo bem. É mesmo tão ruim fazer este tipo de afirmação na redação chamada Twitter? Não acho”, disparou. O argumento de Salmon foi refutado imediatamente por muitos profissionais de imprensa, mas houve quem concordasse que é aceitável para jornalistas, em determinadas situações, passar adiante informações sem verificá-las.

As reações ilustram como os jornalistas estão lidando com a natureza híbrida do Twitter – ferramenta que mistura, sem limites concretos, conversa informal com divulgação de informações. Além disso, elas mostram como pode ser confusa a aplicação de métodos tradicionais jornalísticos a novas plataformas de mídia, como as redes sociais. Informações de Steve Myers [Poynter, 29/7/11].