Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

A internet em prol do terrorismo

A internet está ajudando terroristas a atingirem seu objetivo de espalhar pânico internacional com a divulgação de imagens de execuções. Essa é a opinião de especialistas ouvidos por Lynn Smith [Los Angeles Times, 30/6/04].

É impossível saber quantas pessoas viram as mortes dos americanos Nicholas Berg e Paul Johnson, e do coreano Kim Sun Il, capturados por grupos terroristas no Iraque e na Arábia Saudita, mas, em maio, o termo ‘Nick Berg’ foi o segundo mais procurado no sítio de buscas Google. Na semana retrasada, Johnson foi o campeão de buscas.

Provedores tentam desativar páginas que reproduzem as cenas das execuções, mas elas se espalham mais rapidamente do que qualquer tipo de controle poderia acompanhar. Quando o material está acessível na rede, a mídia se sente compelida a mostrar pelo menos parte das imagens.

O diretor de Centro de Estudo da Cultura Popular da Syracuse University, Robert Thompson, ressalta que a imprensa, que outrora detinha o controle sobre o limite da informação apropriada para o público, agora fica dividida entre não exibir cenas chocantes, mesmo sabendo que elas estão acessíveis na internet, ou mostrá-las também, sob risco de colaborar com os objetivos dos terroristas. ‘Todo veículo ou indivíduo que disponibilize trechos das decapitações em si é, na minha opinião, um ajudante do crime’, condena Tom Kunkel, presidente do American Journalism Review.