Depois do terremoto em Christchurch, na Nova Zelândia, em setembro de 2010, a especialista em comunicação Gwyneth Howell, da Universidade Western Sydney, na Austrália, decidiu pesquisar o uso de redes sociais em catástrofes. A acadêmica não sabia que haveria mais desastres a caminho – enchentes e ciclones em Queensland, incêndios no oeste do país, outro terremoto em Christchurch e, mais recentemente, o terremoto e o tsunami no Japão.
Entrevistas com pessoas que criaram páginas no Facebook para ajudar vítimas das enchentes em Queensland, em janeiro, demonstraram um ‘real senso de comunidade’. ‘Foi isso que me impressionou. A humanidade, a generosidade e a sensação de ‘não sei quem você é, mas quero ajudar’’, contou. ‘Se é isto que o Facebook e as mídias sociais estão oferecendo às pessoas em tempos de angústia, é uma fonte fantástica’.
A pesquisadora tentará examinar como as redes sociais podem ser usadas para maximizar os efeitos de ajuda e reconstrução. Nas enchentes em Queensland, as páginas do Facebook ofereceram notícias de desaparecidos, ajudaram a encontrar animais de estimação perdidos e atualizar informações sobre zonas afetadas pelas águas, sendo uma fonte importante de informação. ‘As pessoas acompanhavam as notícias na TV, mas também iam no Facebook’, revelou. Na cidade de Toowoomba, atingida por enchentes que deixaram vítimas fatais, a maior parte das pessoas ficou sabendo da tragédia quando os amigos atualizaram o perfil no Facebook.
No Japão, além das páginas de ajuda, com dados sobre desaparecidos e links para doações, o Facebook e o Twitter também estão sendo usados para homenagear os mortos e enviar mensagens positivas aos sobreviventes. ‘Este senso de comunidade é o que precisamos’, opina a pesquisadora. Informações da AFP [18/3/11]