O fim da edição impressa do Jornal do Brasil motivou a ABI a organizar um seminário para discutir presente, passado e futuro: a importância desse jornal mais que centenário para a história da imprensa brasileira, o convívio na Redação, as coberturas mais relevantes, as razões da decadência e as perspectivas, que ultrapassam o caso específico e exigem uma reflexão sobre o futuro do jornal impresso em geral, no contexto atual de queda de circulação e de convergência tecnológica.
‘O JB que nós amávamos’ apela, naturalmente, à memória afetiva que une gerações de jornalistas – de que um exemplo é o blog ‘Jotabenianos‘ – e leitores identificados com o que era o ‘seu’ jornal de tempos atrás. Convida, portanto, ao reencontro de antigos colegas, mas é também uma rara oportunidade para os jovens estudantes de Jornalismo conhecerem melhor a história desse jornal, em contato direto com profissionais que o transformaram numa referência para a imprensa brasileira.
Debates, filmes, fotos
Até o momento, estão confirmadas as presenças de Alberto Dines, José Silveira, Wilson Figueiredo, Ana Arruda, Romildo Guerrante, Sandra Chaves, Nilo Dante e Alfredo Herkenhoff. Autor de Memórias de um secretário: pautas e fontes, lançado há pouco mais de um mês,Alfredo apresentará agora seu livro ao público estudantil.
Além dos debates, haverá exposição de fotos, exibição de programas do Observatório da Imprensa sobre o JB e a projeção de dois breves documentários: Um moço de 74 anos, de Nelson Pereira dos Santos, sobre o processo de produção do jornal nos anos 60, da redação à distribuição, passando pela gráfica – notável testemunho de uma época, precioso especialmente para quem nasceu na era da internet e nem desconfia de como era fazer jornal naquele tempo – e Av. Brasil, 500, do fotógrafo Rogério Reis, em que as imagens dos escombros da antiga sede do JB dialogam com outras de coberturas marcantes, como as das campanhas da Anistia e das Diretas Já.
Será também exibido o trabalho do professor Ildo Nascimento, da UFF, sobre a famosa reforma gráfica do fim dos anos 50, que estabeleceu um novo padrão para o jornalismo brasileiro.
Programação
O seminário será nos dias 20 e 21 de outubro, das 16h às 21 horas, no auditório do 9º andar da ABI (Rua Araújo Porto Alegre, 71), com entrada franca. Os debates começam às 17h. A programação é a seguinte:
Dia 20, quarta-feira: Evocações e análises
16h: Exibição do programa do Observatório da Imprensa sobre os 109 anos do JB, seguido da apresentação de trabalho sobre a reforma gráfica do jornal
17h: Debate: um jornal que fez história
18h45: Exibição do curta Um moço de 74 anos, de Nelson Pereira dos Santos
19h: ‘Jotabenianos’: a memória afetiva e política da Redação
21h: Lançamento do livro Memórias de um secretário: pautas e fontes, de Alfredo Herkenhoff
Dia 21 de outubro: E agora?
16h: Exibição do programa do Observatório da Imprensa sobre o fim da edição impressa do JB e do vídeo Av. Brasil, 500, de Rogério Reis
17h: Debate: as origens da crise
19h: A saída para o online e o futuro do jornal impresso