Obrigado por uma ação judicial aberta há três anos pelo jornal The New York Times, o Departamento de Bombeiros de Nova York divulgou 15 horas de transmissões de rádio e mais de 500 relatos orais descrevendo a corrida das equipes de resgate até o World Trade Center, que salvou inúmeros civis, mas custou a vida de 343 bombeiros em 11/9/01. A prefeitura alegou que a divulgação violaria a privacidade dos bombeiros e atrapalharia na condenação de Zacarias Moussaoui, que confessou sua conspiração com os seqüestradores do avião utilizado no atentado.
As 12 mil páginas de depoimentos de 503 bombeiros e membros da equipe de emergência constituem uma história oral rica em detalhes da tragédia do 11 de setembro. O primeiro chamado pelo rádio dos bombeiros foi calmo, até que a gravidade da situação se revela e as vozes indicam o pânico dos profissionais ao testemunharem pessoas se jogando das Torres Gêmeas. O chefe dos bombeiros, Steven Mosiello, relata: ‘as pessoas caíam a cada 30 ou 40 segundos no átrio de vidro logo na parte exterior do World Trade Center 1, e o som era como se fosse de uma explosão… Depois de ter visto muitos, você simplesmente parava de olhar, você sabia o que era’.
Pelo menos 450 parentes de mortos nos atentados requisitaram exemplares dos relatos e das gravações. Investigadores independentes, com acesso aos documentos, já encontraram graves faltas na resposta do município aos atentados – rádios de emergência com defeito, falta de cooperação entre policiais e bombeiros, perda de mensagens vitais. Informações da AP [12/8/05] e da Economist [18/8/05].