A maior parte dos acionistas da News Corporation aprovou formalmente, em uma reunião especial em Nova York, um plano para dividi-la em duas empresas, uma de publicação impressa e uma de mídia e entretenimento. Segundo o presidente e executivo-chefe Rupert Murdoch, o nome News Corporation ficará com as empresas de publicação, como os jornais britânicos Times e Sun e os americanos Wall Street Journal e New York Post, além da editora HarperCollins. Já a divisão de entretenimento terá o nome de 21st Century Fox e incluirá a rede de TV Fox e o estúdio de cinema 20th Century Fox.
Ambas serão presididas por Murdoch, que será ainda executivo-chefe da 21st Century Fox. A família Murdoch controla a maioria das ações da News Corporation. Ações das duas empresas começarão a ser negociadas separadamente no dia 1/7. “O anúncio de hoje é um passo significativo em criar duas empresas independentes com os melhores portfólios de publicações e bens de entretenimento e mídia do mundo”, disse o empresário. “Continuaremos a acreditar que a divisão destravará o verdadeiro valor das duas empresas e seus bens”.
Críticas
Acionistas críticos à administração de Murdoch diante do escândalo dos grampos telefônicos no Reino Unido expressaram preocupações sobre o papel do magnata nas duas empresas. “Com a estrutura proposta, a News Corp criará duas novas empresas que não têm liderança independente. Acredito que essa é uma fundação fundamentalmente fracassada”, disse Julie Tanner, diretora-assistente de investimentos socialmente responsáveis no Christian Brothers Investment Services (CBIS). “No ano passado, 2/3 dos acionistas independentes pediram ao conselho a indicação de um presidente independente, enviando uma mensagem clara para uma melhor governança corporativa. Hoje temos uma oportunidade perdida para um começo novo destinado a proteger o valor a longo prazo do acionista”.
Em uma apresentação para acionistas, no mês passado, Murdoch anunciou planos de crescimento para a empresa de publicações, que será liderada por Robert Thomson, ex-editor do Times e chefe de redação do Wall Street Journal. Thomson prometeu aos investidores cortes de custo “impiedosos” e disse que o impresso permaneceria uma “plataforma poderosa”.