A vasta rede de cabos submarinos intercontinentais permitiu acesso à internet de alta velocidade a preços mais baixos, além de ligações de longa distância para quase todos os lugares do planeta. Quase – pois a África Oriental permanece ainda o maior litoral fora desta rede de fibra ótica.
As pessoas do continente mais pobre do mundo dependem de caras conexões via satélite e pagam as taxas mais altas para se conectar ou telefonar. As universidades locais são cobradas 50 vezes mais por banda larga que uma universidade americana, tornando as pesquisas online lentas e, muitas vezes, impossíveis. ‘Imagine que você tenha todos os alunos de Oxford tentando acessar a rede por meio de uma conexão de uma casa britânica. É assim que funciona para a maior parte dos alunos na África’, explica Calestous Juma, professor queniano que lidera o Projeto de Ciência, Tecnologia e Globalização da Universidade de Harvard.
Auto-estrada
Em outubro, no entanto, os primeiros quilômetros de cabos submarinos para servir à África Oriental vão embarcar em um navio até o Oceano Índico. Os cabos de milhões de dólares, de propriedade de investidores africanos, irão estender-se da África do Sul, passando por Moçambique, Madagascar, Tanzânia e Quênia, até se dividirem para França e Índia. A previsão é de que o sistema, que irá conectar ainda outros 21 países na metade oriental da África para a outra metade e para o restante do mundo, comece a funcionar em junho de 2009. ‘Pela primeira vez, as pessoas da região terão acesso à auto-estrada global da internet’, afirma Alan Mauldin, da TeleGeography, empresa americana de pesquisa de mercado.
Cabos de fibra ótica carregam mais de 95% do tráfego de internet e telefone do mundo. O uso cada vez maior de download de vídeos fez com que o uso de banda larga dobrasse a cada 18 meses. Informações de Xan Rice [The Guardian, 18/8/08].