Em apenas uma semana a recém-criada agência Scoopt, que recebe fotos tiradas por amadores com seus celulares equipados com câmeras, atraiu 1.200 filiados de 35 países, informa Dominic Ponsford, do Press Gazette [11/8/05]. Os participantes cadastrados enviam ao sítio fotos tiradas com celular de fatos que julgam merecer divulgação, via MMS (mensagem por celular) ou por e-mail. A agência compromete-se a vender as fotos recebidas aos diversos veículos da imprensa. Toda vez que uma venda for concretizada, o valor será dividido com o autor da foto, à base de 50% para cada um.
A agência foi lançada, sem nenhuma publicidade, em 4 de julho – dias antes das explosões de Londres e da divulgação pela mídia de centenas de fotos dos atentados tiradas por amadores com celulares. Seu fundador, Kyle MacRae, diz que a mídia lucrou com as fotos dos atentados, e ele gostaria de ver os fotógrafos lucrando também. Criticado pelo Chartered Institute of Journalists, devido ao perigo e à irresponsabilidade de encorajar amadores a tirar fotos, MacRae alega que o participante, ao se associar, concorda com os termos detalhados de ética e com as condições, que incluem cláusulas sobre privacidade e boa conduta. Além disso, afirma que não encoraja fotógrafos amadores que queiram ser profissionais, mas apenas pessoas comuns, com câmera no celular ao testemunhar um fato que mereça ser registrado.
Muitas fotos dos atentados de Londres mandadas a sítios de compartilhamento, como o Flickr, ficaram sob licença da Creative Commons, central na qual autores, artistas e intelectuais em geral oferecem (alguns impõem condições específicas) sua obra para que seja divulgada por meios de comunicação não-comerciais. O Scoopt requer direitos exclusivos por três meses pelas fotos recebidas. O sítio afirma que futuras normas de procedimento serão estabelecidas em parceria com o Chartered Institute of Journalists e a National Union of Journalists (Sindicato dos Jornalistas do Reino Unido e da Irlanda).