As agências de notícias no Reino Unido estão em crise. Após o fechamento forçado da Newsflash, um dos serviços de notícias mais conhecidos da Escócia, o presidente da Associação Nacional de Agências de Notícias, Mark Solomons, afirmou que a relação da indústria com os jornais é a pior possível. ‘O relacionamento entre jornais e agências é o pior dos últimos 15 anos. E pelo jeito como somos tratados por aqueles que decidem sobre os pagamentos, fica claro que mais agências serão fechadas’, desabafa Solomons. ‘O que aconteceu com a Newsflash é amargamente decepcionante para a Associação, sua equipe e a indústria como um todo’.
Frank Gilbride, dono da agência escocesa, põe a culpa do fechamento, ocorrido na semana passada, na diminuição da remuneração e no aumento da competição. ‘Isso ocorreu pelas condições do mercado nos últimos dois anos, com poucas perspectivas de melhora para fazer da companhia um negócio viável’, explica. A Newsflash atuava no mercado há 15 anos.
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Segundo Solomons, o problema é que não houve reajuste: os jornais continuam a pagar às agências o mesmo que pagavam há 15 anos. ‘Isso se você conseguir receber o dinheiro – o [tablóide] Sun ainda deve a algumas agências pagamento de mais de seis meses atrás’, ressalta. Para piorar a situação, diz ele, os jornais passaram a impor novos termos e condições para o uso do material de agências na internet.
No ano passado, a Associated Newspapers, que publica o Daily Mail, e a News International, responsável pelo Sun, recusaram-se a pagar pelo uso online de material das agências – segundo Solomons, não houve nenhum tipo de negociação para definir esta nova regra. ‘Eu posso dizer que a indústria está irritada com o jeito como é tratada pelos jornais’, afirma. ‘E, ao contrário dos roteiristas de Hollywood, nós não podemos fazer greve para conseguir ser pagos pelo uso de conteúdo na internet’. Informações de Stephen Brook [The Guardian, 22/1/08].