A emissora al-Jazira anunciou na última semana, durante uma conferência de mídia no Qatar, seu novo código de ética. No documento, a emissora promete honestidade, justiça e equilíbrio para ‘distinguir entre material jornalístico , opinião e análise e evitar especulações ou propagandas políticas’. A al-Jazira afirmou também que passará a respeitar ‘os sentimentos das vítimas de guerra, crimes e desastres, e os de seus parentes e telespectadores’.
Mas a emissora insistiu em seu direito de mostrar ‘a face feia da guerra’, atitude que sempre indignou os governos e a mídia ocidental. Neste sentido, a al-Jazira é criticada por todos os lados. Durante a guerra do Iraque, o primeiro ministro britânico, Tony Blair, se disse horrorizado quando a emissora mostrou imagens de soldados britânicos mortos; e o governo dos EUA a acusou de fazer uma cobertura parcial e deliberdamente anti-americana do conflito. Já o lado árabe, liderado pelos governos saudita e tunisino, condena a emissora por ter veiculado entrevistas com o primeiro ministro israelense, Ariel Sharon, e com o secretário de Estado americano, Collin Powell.
Segundo informações a agência de notícias Reuters [15/7/04], depois que foi feito o anúncio do novo código de ética, Powell elogiou o fato de a al-Jazira tentar melhorar seu comportamento. Ele enfatizou, porém, que hoje a emissora faz um péssimo trabalho na cobertura de notícias.
E no Canadá…
A Comissão Canadense de Rádio, Televisão e Telecomunicações abriu o caminho para que a al-Jazira seja transmitida no país por canais pagos. Mas, para evitar que comentários anti-semitas sejam levados ao ar, a Comissão estabeleceu algumas regras bastante rígidas. Basicamente, as operadoras de cabo e satélite que distribuírem a al-Jazira terão que impedir a veiculação de conteúdos considerados abusivos. Isso significa que alguns programas deverão ser editados ou excluídos. Além disso, tudo o que for exibido terá que ser gravado pelas operadoras. As cópias dos programas serão guardadas por um determinado tempo para serem usadas em caso de reclamações de telespectadores que se sintam ofendidos. Com informações de Chris Tryhorn [The Guardian, 14/7/04] e Canadian Press [15/7/04].