Friday, 27 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Ampla cobertura, grandes conflitos

Os protestos populares que obrigaram o primeiro-ministro libanês Omar Karami a renunciar dificilmente passaram despercebidos no mundo árabe, já que tiveram ampla cobertura das redes de TV por satélite. Segundo a BBC [1/3/05], mesmo na Síria, cujo governo tem sido apontado como responsável pelo assassinato do ex-primeiro-ministro do Líbano, Rafik Hariri, a notícia chegou – apesar de os veículos de comunicação locais sob controle oficial terem ignorado a importância das manifestações no país vizinho.

A imprensa local libanesa, por sua vez, deu o devido destaque à inédita mobilização popular, com os jornais estampando fotos das massas nas ruas e a televisão transmitindo ao vivo a movimentação que culminou na renúncia de Karami.

Segundo a Reuters [27/02/05], funcionários da rede al-Arabiya em Beirute receberam ameaças de morte do serviço de segurança sírio porque transmitiram uma entrevista com o secretário-geral da ONU, Koffi Annan, em que ele pedia que Damasco tirasse as tropas que mantém no Líbano até abril. O diário oficial sírio Tishreen atacou a rede sediada em Dubai, alegando que ela ignorou o fato de que Annan, por meio de porta-voz, retirou o que disse com respeito a sugerir abril como limite da retirada militar. ‘A al-Arabiya manifesta extrema preocupação sobre o método adotado pelo Tishreen, acusando a emissora de traição’, declarou o canal, por meio de comunicado.