Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Anistia Internacional condena gigantes da internet

A Anistia Internacional acusou o Yahoo, a Microsoft e o Google, na quinta-feira (20/7), de violação dos princípios dos direitos humanos por cooperar com os esforços do governo da China para censurar a internet. Em relatório intitulado ‘Arruinando a Liberdade de Expressão na China’, a organização em defesa dos direitos humanos com sede em Londres afirmou ainda que as companhias de internet deveriam fazer lobby pela libertação de ciberdissidentes chineses encarcerados.


‘A internet deveria promover a liberdade de expressão, não restringi-la. Nós temos que nos proteger contra a criação de duas internets – uma para expressão e outra para repressão’, afirmou em declaração o diretor-executivo do braço americano da Anistia, Larry Cox. Segundo ele, as três gigantes violaram seus valores corporativos ao serem seduzidas pelo crescimento acelerado do mercado online chinês.


Grandes negócios


A China tem o segundo maior número de internautas do mundo, atrás apenas dos EUA. São 123 milhões de pessoas com acesso à internet. Mesmo que promova o uso da rede para negócios e educação, o governo chinês possui sofisticados filtros contra conteúdo considerado obsceno ou politicamente subversivo. As companhias americanas são acusadas de colaborar com a repressão online, ao bloquear partes de seu conteúdo e fornecer às autoridades informações de e-mails pessoais. Dezenas de jornalistas e pessoas críticas ao regime comunista tem sido presas por divulgar artigos e comentários via mensagens eletrônicas e blogs.


O Yahoo teria ajudado o governo a condenar dois dissidentes ao entregar dados de seus e-mails. O Google censura alguns resultados de buscas em sua página chinesa. A Microsoft passou a proibir o uso de determinados termos – como ‘direitos humanos’, por exemplo – de seu serviço de blogs e teria fechado a página de um blogueiro chinês a pedido do governo. Jason Disterhoft, porta-voz da Anistia Internacional, afirmou que as empresas são hipócritas ao falar em ‘oferecer às pessoas novas formas de acesso a informação’ ao mesmo tempo em que se curvam à censura imposta pelo Partido Comunista chinês. Informações da AP [20/7/06] e Declan McCullagh [The New York Times, 20/7/06].