Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Anúncio da UE acusado de racismo é retirado do YouTube

 

Um anúncio da Comissão Europeia foi retirado do YouTube, na terça-feira (6/3), após críticos terem alegado que se tratava de uma peça racista. No vídeo, uma mulher branca (vestida com roupa semelhante à usada pela atriz Uma Thurman no filme Kill Bill) enfrenta três guerreiros de minoria étnica, representando três países não-europeus. “O clipe não teve absolutamente a intenção de ser racista e lamentamos, obviamente, que tenha sido interpretado desta maneira. Decidimos interromper a campanha imediatamente”, declarou a Comissão. O objetivo do vídeo – que contou com uma produção de alto custo – era promover a União Europeia (UE), em especial entre os jovens. O vídeo por ser visto aqui.

As imagens mostram a mulher vestida de amarelo – a cor das estrelas da UE – andando calmamente em um armazém vazio. Quando soa um gongo, ela olha para um homem de aparência chinesa gritando slogans de kung fu, que pula ao estilo do filme O Tigre e o Dragão. Ele se aproxima, assim como um indiano, mestre da arte marcial “kalaripayattu”, que levita perto dela com uma faca. Neste momento, surge um lutador de capoeira, arte marcial brasileira. A mulher olha para eles, fecha os olhos e se multiplica, formando um círculo em torno dos homens, que se sentam ao centro. A roupa amarela transforma-se nas estrelas de UE, com a frase “Quanto mais somos, mais fortes”, com um link para saber mais sobre o crescimento do grupo. Ao mesmo tempo em que as estrelas aparecem, os três homens sentados somem.

Paz e harmonia

Para Raoul Ruparel, da organização britânica Open Europe, o vídeo tem gosto e julgamento dúbios. “Questionamos se era necessário produzir um vídeo, em primeiro lugar. Somos a favor do crescimento da UE, mas não temos certeza de que fazer vídeos virais é a melhor maneira para isso”, opinou.

Já Stefano Sannino, diretor-geral da divisão de ampliação da Comissão Europeia, acredita que o público-alvo do vídeo – jovens de 16 a 24 anos – recebeu bem a mensagem. “A reação do público-alvo foi positiva, assim como dos grupos com quem testamos o clipe. O vídeo tinha personagens típicos das artes marciais: kung fu, capoeira e kalaripayattu; começou com uma demonstração de suas forças e terminou com todos mostrando respeito mútuo, em uma posição de paz e harmonia. O gênero foi escolhido para atrair jovens e para despertar a curiosidade sobre uma importante política da UE”. Informações de Nicholas Watt [The Guardian, 6/3/12].

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