Três editores foram demitidos do jornal Chengdu Evening News por causa de um anúncio saudando as mães de manifestantes mortos no massacre da Praça da Paz Celestial, no dia 4/6/89, em ocasião do 18º aniversário do incidente, noticia a Reuters [7/6/07]. A discussão pública do caso ainda é considerada tabu na China.
Autoridades do governo interrogaram a equipe do diário para descobrir como o anúncio conseguiu passar pelos censores. Todos os anúncios de jornais devem ser aprovados antes de ser publicados no país. O South China Morning Post, de Hong Kong, noticiou que uma jovem funcionária do diário teria permitido que a homenagem fosse publicada por nunca ter ouvido falar do massacre. Ao telefonar ao homem que havia colocado o anúncio para perguntar o que significava ‘vítimas de 4/6’, ele teria dito que eram vítimas de um desastre em uma mina. Não se sabe se este homem foi preso.
O Partido Comunista proíbe referências ao massacre na mídia estatal, na internet e em livros; por esta razão, muitos jovens chineses nunca ouviram falar do incidente. O Chengdu Evening News, com tiragem de 200 mil cópias diárias, não suspendeu a publicação.