Jornais americanos esperam que o faturamento com publicidade cresça bastante em 2005, mas, segundo um analista ouvido por Martha Greybow, da Reuters [3/1/05], ainda é incerto se os anunciantes de alcance nacional farão sua parte neste processo. As grandes empresas que anunciam nacionalmente representam fonte de renda menor para os jornais se comparadas com anunciantes locais e classificados. Para Douglas Arthur, analista de mercado editorial do banco Morgan Stanley, é difícil prever o que vai acontecer com elas. Para grandes jornais como o New York Times, são a fonte de maior expectativa de crescimento. No entanto, fatores como a consolidação do mercado de telefonia celular e a migração dos anunciantes da indústria cinematográfica para a internet podem afetar o desempenho dos anúncios nacionais. Ao todo, a previsão de crescimento do faturamento com publicidade dos jornais dos EUA neste ano é de 4,1% sobre os US$ 46,7 bilhões contabilizados em 2004.
A opção sexual de Susan Sontag
Em 29/12, publicações americanas especializadas no público gay anunciaram a morte da ‘escritora lésbica Susan Sontag’. Jornalões como New York Times e Los Angeles Times estamparam a notícia na capa, mas em nenhum momento se referiram à opção sexual de Susan ou aos seu relacionamento com a fotógrafa Annie Leibovitz e a dramaturga Maria Irene Fornes. Segundo Patrick Moore, do LA Times [4/1/05], é costume incluir-se nos obituários relacionamentos mais duradouros da pessoa em questão. No caso de Susan, a grande imprensa dos EUA negligenciou a informação. Mesmo sendo discreta quanto a sua vida íntima, a escritora não escondia sua opção. Num perfil de 1995 para a revista New Yorker, ela se define bissexual. ‘As relações homossexuais de Susan certamente afetaram seu trabalho e nosso entendimento sobre ele’, afirma Moore. ‘Os obituários [do NY Times e do LA Times] compõem um registro, na melhor das hipóteses, incompleto, e, na pior, sabidamente falso. Mas não espere correção ou pedido de desculpas’.