Quando executivos e jornalistas da Associated Press foram à Coreia do Norte para abrir uma sucursal em Pyongyang, no mês passado, chegaram à capital poucas horas depois da morte de Kim Jong Il – momento histórico e de valor jornalístico para o país e o mundo. A equipe então adiou a abertura oficial e foi a campo fazer apuração sobre a morte do líder norte-coreano.
Esta semana, executivos da agência de notícias voltaram a Pyongyang para formalizar o lançamento do primeiro escritório de notícias 24 horas de uma empresa ocidental na Coreia do Norte, país totalitário que está dentre os piores do mundo em respeito à liberdade de expressão. A presença da AP é significativa para consumidores de notícias ocidentais, mas pode não ter muito efeito nos norte-coreanos. Isto porque o material produzido no país será veiculado por veículos no exterior; os habitantes só têm acesso à mídia estatal.
Sem censura
Mesmo com uma base de operações na capital, não será fácil para jornalistas trabalharem no país. Mas a editora-executiva Kathleen Carroll alega que a AP não se submete à censura em nenhum lugar no mundo, nem na Coreia do Norte. “Não teríamos aberto um escritório se não fôssemos capazes de trabalhar do modo como trabalhamos”, afirmou, observando que cada país tem seus próprios desafios. “Jornalistas da AP não andam livremente na Coreia do Norte, como não fazem em bases militares em vários países. Mas quando pedimos permissão para irmos aos lugares, temos conseguido”.
A primeira iniciativa da AP na Coreia do Norte foi em 2006, com um escritório em Pyongyang voltado para a produção de vídeos. A abertura da sucursal, esta semana, é resultado de um ano de negociações com a Agência Central de Notícias da Coreia, administrada pelo governo. Informações de Michael Calderone [Huffington Post, 16/1/12].