Policiais apreenderam, na sexta-feira (16/4), mais de 900 fotografias que pertenciam a um jornal estudantil da Universidade James Madison, em Harrisonburg, no estado americano da Virginia, tiradas no início do mês durante uma turbulenta festa que acabou com brigas e mais de 30 pessoas presas. Na ocasião, policiais teriam usado spray de pimenta e gás lacrimogêneo para dispersar uma multidão de cerca de oito mil pessoas que havia comparecido ao evento anual ao ar livre Springfest. Muitas das fotos confiscadas de um computador do jornal universitário The Breeze mostravam o tumulto, e serviriam para identificar pessoas envolvidas nele. Segundo a editora-chefe do jornal, Katie Thisdell, a operação ocorreu por ordem da procuradora do Condado de Rockingham, Marsha Garst.
Os fotógrafos do Breeze teriam sido os únicos a ‘capturar o drama’, que deixou 40 feridos. ‘As pessoas jogavam garrafas na polícia. Foi bem louco’, afirmou Katie. Diante do mandado de busca, a editora afirmou às autoridades que estaria disposta a liberar a imagens que foram publicadas ou postadas no site do jornal. ‘Não achei que era nossa responsabilidade fornecer informações à polícia e atuar como investigadores para ela’. A procuradora, por sua vez, afirmou que a busca pelas imagens teria sido uma tentativa de ‘tirar criminosos violentos das ruas para que eles não machuquem mais ninguém’.
A Sociedade de Jornalistas Profissionais condenou a operação, afirmando que Marsha passou por cima do princípio de liberdade de imprensa ao tentar usar o jornal como braço policial. Segundo Frank D. LoMonte, do Student Press Law Center, a ação policial pode ter violado o Ato de Proteção de Privacidade, que proíbe a busca de redações por material não publicado. Após a controvérsia envolvendo a apreensão das fotografias, a procuradora concordou em lacrar o material e deixá-lo em poder de uma pessoa não envolvida no caso até que se chegue a um acordo. Com informações da Associated Press e do USA Today [19/4/10].