Uma delegação de advogados libaneses entrou com uma ação judicial contra o apresentador de TV sírio-britânico Faisal al-Kasin devido a críticas ao exército libanês feitas numa rede social. Kasin, que apresenta um talk show semanal na Al-Jazeera, publicou em sua conta do Twitter que “a única coisa que o exército libanês havia conseguido fazer desde que fora criado foi gravar vídeo clipes com os cantores libaneses Wael Kfoury, Najwa Karam, Elissa e Haifa Wehbe, além de tocar fogo em campos de refugiados sírios no Líbano”.
Suas declarações foram feitas poucos dias depois de o exército local intensificar a repressão aos campos de refugiados sírios na cidade de Arsal, no nordeste do país.
Crime contra a pátria
No Líbano, a incitação contra o exército é um crime passível de punição. No caso al-Kasim foi acusado de violar os artigos 295 e 157 do Código Penal libanês, os quais envolvem incitação direta contra o exército e ataque ao prestígio do Estado. Se condenado, o jornalista pode receber a pena de até três anos de prisão.
Os comentários do apresentador indignaram muitos libaneses, que chegaram a criar uma hashtag no Twitter para insultar sua mãe. Muitos exigiram um pedido público de desculpas.
O Ministro da Informação Ramzi Joreige declarou que está avaliando as medidas cabíveis para punir al-Kasim, no entanto, frisou que pretende aguardar um posicionamento oficial da Al-Jazeera antes de tomar qualquer providência.
A divisão da Al-Jazeera em Beirute disse que não tem autorização para divulgar um pedido público de desculpas antes de consultar a matriz da emissora, no Qatar.