No início do ano passado, a Gannett – maior editora de jornais dos EUA – anunciou seu plano de cobrar pelo acesso aos sites de suas publicações. O único que ficaria de fora do projeto seria o carro-chefe da empresa, o jornalão USA Today. Um ano depois, a editora, que divulgou o relatório para o quarto trimestre de 2012, comemora os números: são 46 mil novas assinaturas exclusivamente digitais, acordos de acesso digital para assinantes de veículos impressos e aumento agressivo de assinaturas impressas, especialmente nos 80 jornais comunitários do grupo. Com isso, a Gannett atingiu um marco: o crescimento da receita com assinaturas para o último trimestre compensou as perdas com a receita publicitária impressa.
O cenário deve ser o mesmo para 2013. Ainda que o número de assinaturas exclusivamente digitais seja de cerca de duas mil por jornal, a CEO Gracia Martore ressalta que o resultado é bom, já que foi conseguido com pouquíssimo marketing. Segundo o chefe da divisão de jornais comunitários, Bob Dickey, quase todas as assinaturas exclusivamente digitais são novas, de pessoas que nunca tinham assinado um jornal online antes. Gracia espera que o número total de assinaturas digitais chegue a 300 mil até o final deste ano.
O foco de marketing da Gannett em 2012 foi na conversão de assinantes do impresso para acordos digitais. A estratégia de conteúdo pago, lançada ao longo do ano, foi acompanhada de grande aumento nos preços do impresso. Isso permitiu que a empresa registrasse um crescimento de 16,8% em receita, apesar da diminuição do volume de tiragem. As circulações diária e dominical caíram 11% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
***
Leia também