O promotor público da cidade italiana de Brescia, Giancarlo Tarquini, autorizou uma revista da redação do diário Corriere della Sera, em Milão, para descobrir quem foram as fontes de uma matéria publicada na semana passada. O artigo em questão informa que a justiça local está investigando de onde vieram as armas da marca Beretta que os EUA encontraram em posse de militantes da al-Qaeda, no Iraque. No dia em que a reportagem saiu, a autora, Nunzia Vallini, e o editor Gianluca Di Feo foram interrogados por uma hora pelo Ministério Público italiano.
A matéria informava que a Beretta tinha feito um contrato com o Iraque nos anos 80 para fornecer pistolas das séries 70 e 51. No entanto, as armas encontradas em posse de insurgentes eram do modelo 92. Quatro mil unidades dessa série também foram apreendidas pela forças de ocupação nos palácios de Saddam Hussein. Segundo a reportagem, elas podem ter sido fabricadas na Itália, EUA, China ou Brasil. A organização Repórteres Sem Fronteiras [26/5/05] condenou a ação das autoridades italianas porque desrespeitam o direito de sigilo de fonte dos jornalistas.