A Alta Corte de Cingapura determinou, esta semana, que a revista Far Eastern Economic Review (FEER) e seu editor, Hugo Restall, difamaram o ‘pai fundador’ do país, Lee Kuan Yew, e seu filho, o primeiro-ministro Lee Hsien Loong. A corte de apelações rejeitou o pedido da editora da revista e de Restall de cancelar a decisão tomada em 2008. Não cabe mais recurso.
Com sede em Hong Kong, a revista teve sua distribuição proibida em Cingapura em setembro de 2006, depois que o governo determinou que ela não teria cumprido as regulamentações para o funcionamento de veículos de mídia no país. A FEER deve ser fechada em dezembro, integrando o time de jornais e revistas que faliram por conta da migração de leitores para a rede. A Dow Jones, proprietária da revista, não comenta o caso.
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Os líderes de Cingapura já ganharam milhares de dólares com processos abertos contra publicações críticas ao governo. Segundo eles, as ações são necessárias para proteger suas reputações de ataques infundados. Yew, que hoje atua como conselheiro governamental, tem 86 anos e foi primeiro-ministro de 1959 a 1990. Já Loong tem 57 anos e assumiu o cargo em 2004, substituindo Goh Chok Tong.
Ambos processaram a FEER por conta de uma entrevista com Chee Soon Juan, líder do partido de oposição, publicada em 2006. A matéria descrevia a batalha do secretário-geral do Partido Democrata contra o de situação, o Partido Ação do Povo, e seus líderes. A revista também mencionou o sucesso dos líderes do país em ganhar processos contra críticos.
Desde 1946, a FEER publicava matérias sobre a Ásia pós-guerra. ‘Infelizmente, mesmo com diversas tentativas de revigorar a marca, as contínuas perdas de lucros publicitários e de leitores tornaram-se insustentáveis’, declarou a Dow Jones, que foi comprada em 2007 pelo magnata de mídia Rupert Murdoch. Informações da AFP [7/10/09].