A política e o legado da ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher continuam gerando polêmica, mesmo após sua morte, na segunda-feira (8/4). A BBC informou que recebeu 268 queixas de pessoas que consideraram a cobertura favorável a Margaret e 227 afirmando que a cobertura havia sido contrária a ela. Além disso, 271 pessoas reclamaram que a BBC dedicou tempo demais à morte da Dama de Ferro.
Segundo uma pesquisa do Guardian/ICM, 50% das pessoas acham que a ex-premiê foi boa para o Reino Unido, enquanto 34% consideram que sua atuação na política britânica foi negativa. Margaret desperta sentimentos fortes. “Uma maioria absoluta acredita que Thatcher foi boa para o Reino Unido. Isso não é ‘dividido’, BBC; isso é ‘triunfante’”, escreveu a ex-parlamentar Louise Mensch, do partido Conservador, no Twitter. “A BBC odiava Thatcher quando ela estava viva. A evidência nos últimos dias é que [a rede] ainda a odeia morta”, escreveu o colunista Stephen Glover, do Daily Mail.
Um porta-voz da BBC defende-se: “A morte da baronesa Thatcher foi uma grande notícia de interesse considerável para nossa audiência. A BBC News divulgou a informação assim que soubemos da sua morte e continuou a dar uma extensa cobertura e análise na TV, rádio e online, com diversas vozes e opiniões”.
Gravata e greve
A rede também foi criticada por alguns de seus apresentadores não terem usado gravata preta em sinal de respeito. O âncora Huw Edwards, por exemplo, usou uma gravata azul. A BBC já havia sido criticada quando o apresentador Peter Sissons usou um terno cinza e gravata vinho ao anunciar a morte da Rainha Mãe, em 2002.
Leitores atentos não deixaram passar uma gafe no site móvel da rede. Ao divulgar a morte de Margaret, a manchete dizia que ela havia morrido após uma “greve” (strike, em inglês) e não após um “derrame” (stroke, em inglês). Em seu governo, ela enfrentou diversos períodos de greves em serviços públicos vitais, que ficaram conhecidos como “inverno do descontentamento”. A BBC disse ter sido um erro que foi rapidamente corrigido, não sem antes o episódio ter sido alvo de piadas no Twitter. “Os sindicatos riram por último!”, escreveu um usuário da rede social.