Na semana passada, a BBC revelou, com base na lei de informação britânica, detalhes de gastos que teve com seus executivos nos últimos cinco anos. Mais de 360 mil libras teriam sido destinadas a reembolsos de 13 membros do conselho. A rede pública está em meio a uma campanha para proteger a taxa de licença anual paga pelos britânicos, que o governo quer dividir com outras emissoras. A partir de setembro deste ano, salários e reembolsos dos 100 maiores executivos da BBC serão divulgados trimestralmente.
De acordo com os dados publicados, o diretor-geral da BBC, Mark Thompson, pediu mais de 3,5 mil libras para interromper, por duas vezes, férias com a família e retornar a Londres – em uma ocasião, usando um jato particular – para lidar com ‘pepinos’ da empresa. Thompson foi o que mais gastou dinheiro com reembolsos na BBC – um total de mais de 77 mil libras desde 2004.
Champagne
Também foram divulgados os 50 salários mais altos da rede. Abaixo do nível do conselho executivo, o maior deles é o de Peter Salmon, novo diretor de operações do norte do Reino Unido (entre 370 mil e 400 mil libras). Segundo as informações, também foram gastos altos valores com presentes, como quase 100 libras por uma garrafa de champagne pelo aniversário de 80 anos do ator e apresentador Bruce Forsyth, em fevereiro do ano passado. Jana Bennett, diretora do BBC Vision, braço de produção multimídia da rede, pagou mais de mil libras em champagne e flores para celebridades, em 2004. Ela também pediu reembolso de 35 libras por um penteado, para uma entrevista de TV.
Agora, a BBC está sendo pressionada a revelar o quanto gasta com apresentadores. Se a rede continuar a evitar a publicação dos salários de seu time de estrelas, poderá dar abertura para as críticas de políticos. Thompson afirma, no entanto, que não serão divulgados os salários individuais de apresentadores-celebridades como Jonathan Ross e Graham Norton. ‘Trabalhamos em uma indústria na qual a confidencialidade é a regra. Existe um grande perigo de que os talentos se mudem para outras emissoras, nas quais informações confidenciais não serão reveladas’, diz. Informações de Leigh Holmwood [The Guardian, 25/6/09] e Stuart Kemp [Hollywood Reporter, 25/6/09].