A rede pública britânica BBC está finalizando planos de cortes de gastos que podem custar o emprego de cerca de 6.000 funcionários a partir de 2005, noticiam Dan Sabbagh e Adam Sherwin, do Times of London [25/10/04]. A política de redução de custos do diretor-geral Mark Thompson tem relação com o processo de renovação da concessão de 10 anos por que passará a BBC em 2006: a companhia precisa demonstrar que merece receber os US$ 5,1 bilhões do ‘imposto da TV’, taxa que os britânicos pagam para sustentá-la.
Além das demissões, há propostas de transferir funcionários de Londres para o interior e de comprar mais produções terceirizadas. ‘Teremos de tomar decisões duras e valorizar nosso dinheiro significa que temos de mudar’, discursou Thompson numa reunião com os 200 principais dirigentes da BBC, este mês, acrescentando que a maioria das pessoas da emissora ainda não havia compreendido a dimensão das mudanças que acontecerão.
A companhia deu prejuízo de US$ 455 milhões no ano passado. Thompson herdou o déficit de seu antecessor, Greg Dyke, que deixou o cargo após a divulgação do relatório Hutton, que condenou processos internos da BCC ao analisar o caso do repórter Andrew Gilligan e sua insinuação de que o governo britânico teria mentido para levar o país à guerra contra o Iraque. Um dos prováveis alvos dos cortes de pessoal é o departamento de Recursos Humanos. Fontes da cúpula da companhia disseram ao diário The Guardian que ficaram chocadas quando descobriram que ali havia quase 1.000 funcionários.
A falta de clareza com relação ao que acontecerá exatamente com os trabalhadores da BBC está irritando os sindicatos que os representam. ‘Nossos membros estão muito frustrados. Seus empregos estão em jogo e alguns deles podem receber um presente de Natal infernal’, comentou um representante de uma das organizações sindicais.