Saturday, 21 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Bélgica comemora nascimento do pai do Tintim






Na terça-feira (22/5) comemorou-se o centenário de nascimento do cartunista
belga Hergé, criador do imortal repórter Tintim. O jovem e curioso jornalista,
personagem principal de uma série de histórias em quadrinhos que conquistou
gerações, continuou com sua popularidade em alta mesmo após a morte de seu
‘pai’, há 24 anos.


Nascido Georges Rémi (foto) em Bruxelas, ‘Hergé’ nada mais é que uma
brincadeira fonética com as duas iniciais, invertidas, do nome do cartunista:
RG. Dias antes das comemorações pelo centenário, os peso-pesados do cinema
Steven Spielberg e Peter Jackson anunciaram que iriam unir forças para dirigir e
produzir uma trilogia digital baseada no desenho do repórter. ‘Nós não
poderíamos esperar uma homenagem maior’, afirmou Nick Rodwell, diretor da
Moulinsart, companhia que administra os direitos do legado de Hergé.



Precoce


Com apenas 17 anos, Rémi já assinava seus cartuns com as iniciais RG. Em
1926, com 19 anos, ele criou um personagem para ser mascote da liga belga de
escoteiros. Totor é o precursor de Tintim, que começou a ser publicado três anos
depois, em 1929, em um suplemento jovem do jornal belga católico Le Vingtieme
Siecle
.


Logo após suas primeiras aventuras, passadas na União Soviética e no Congo,
Tintim – sempre acompanhado de seu fox terrier Milu – já era popular. Ao longo
dos anos, Hergé enviou seu herói em ‘viagens’ aos EUA, Egito e China, entre
outros países. Até à lua Tintim foi – exatos 15 anos antes do astronauta Neil
Armstrong.


Percalços


O cartunista também se envolveu em polêmicas com seu personagem. Na Segunda
Guerra Mundial, ele cometeu o erro de publicar as aventuras de Tintim no jornal
belga Le Soir enquanto este estava sob controle dos nazistas, após a
ocupação da Bélgica pelos alemães. Em 1942, uma história intitulada ‘A estrela
misteriosa’ levantou acusações de anti-semitismo, negadas pelo cartunista.


Com o fim da guerra, Tintim conquistava agora fama crescente entre o público
internacional. Já Hergé, sob pressão por causa do trabalho e sofrendo com
problemas pessoais, lutava contra crises de depressão e diminuía a velocidade de
sua produção. Nos anos 60, ‘Tintim no Tibete’ mostrava um Hergé se voltando à
filosofia oriental e expondo suas angústias existenciais – no que é considerado
pelos fãs como sua exposição mais pessoal.


Selo comemorativo






Hergé morreu de leucemia em março de 1983. O governo belga lançou um selo
comemorativo para marcar o centenário de nascimento do cartunista. Na
terça-feira (22/5), os belgas celebraram com uma exposição especial em Bruxelas
e com o lançamento da pedra fundamental para o Museu Hergé, que será construído
a 20 quilômetros da cidade. Informações de Philippe Siuberski [AFP,
20/5/07].