O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berslusconi, negou acusações de abuso do poder e ameaças a um funcionário da Autoridade de Comunicações do país por tentar, no ano passado, encerrar a transmissão de um talk show político na TV estatal. Promotores da cidade italiana de Trani confirmaram a veracidade de um relatório publicado pelo jornal Il Fatto Quotidiano no dia 12/3 informando que o premiê estava sendo investigado.
Promotores grampearam telefonemas entre Berlusconi e o funcionário, que se referia a ele como ‘chefe’. Nas ligações, o primeiro-ministro pedia o encerramento do programa Annozero, que o havia criticado sem dar abertura a uma réplica adequada. Na opinião do advogado de Berlusconi, Niccolo Ghedini, não é surpresa que um mês antes das eleições regionais surjam acusações do tipo. O premiê já enfrenta dois processos e um inquérito por corrupção. Na semana passada, o Parlamento aprovou uma lei permitindo a suspensão de julgamentos criminais contra membros do governo.
Em carta aberta a seus partidários, Berlusconi disse que as acusações fazem parte de uma campanha da oposição e juízes contrários a ele. Em entrevista a uma estação de rádio, o político afirmou ainda que tem ‘o direito de falar no telefone com quem quiser, sem que a conversa fique registrada’. O primeiro-ministro é o maior magnata de mídia do país, com controle sobre o grupo Mediaset, que possui a maior rede privada de TV italiana, além de ter grande influência sobre a emissora estatal RAI. Informações de Steve Scherer e Flavia Krause-Jackson [Bloomberg,16/3/10].