Foi reinaugurada nesta quarta-feira (11/7) a sala de imprensa da Casa Branca, onde são feitos os informes oficiais à mídia. O local ficou fechado por quase um ano, para reforma, e os correspondentes da sede do governo americano haviam sido transferidos para um prédio do outro lado da rua, fora dos portões da Casa Branca. A piada corrente era que o presidente George W. Bush nunca mais deixaria os repórteres retornarem à Ala Oeste.
Em uma cerimônia para a abertura da sala remodelada, Bush falou sobre a importância da liberdade de imprensa. ‘A relação entre o presidente e a imprensa é uma relação única, e necessária. Eu gosto dela’, afirmou.
Sem questões ou piadas
Mas talvez o presidente não seja tão fã assim. Olhando para uma repórter da ABC News, Bush deixou claro que não iria responder a nenhuma questão dos jornalistas presentes ao evento. ‘O que, o senhor achou que eu ia fazer alguma pergunta?’, questionou ela. ‘Sim, eu achei que você fosse me perguntar algo’, respondeu o presidente. ‘Eu ia’, rebateu a jornalista. ‘Bem, talvez outra hora’, afirmou Bush. A repórter ainda insistiu, mas foi cortada pelo presidente. ‘Deixe eu cortar o laço – você vai cortar comigo, Steve [Scully, presidente da Associação de Correspondentes da Casa Branca]? – e depois por que vocês não gritam todos ao mesmo tempo? Assim, bem alto. Desta forma vocês serão notados’, disse ele, explicando que iria fingir que responderia a uma pergunta e depois sorriria para os jornalistas.
Mantendo sua promessa de não responder a questões de verdade, Bush continuou a ignorar as tentativas de perguntas dos correspondentes. O presidente parece ter preferido, entretanto, não fazer uma piada maldosa com os jornalistas. Em uma fotografia tirada por Jason Reed, da Reuters, são mostradas duas páginas com parte do discurso de Bush. Uma passagem riscada dizia: ‘E não é verdadeiro o boato de que algumas das novas cadeiras podem ser ejetadas ao se apertar um botão no pódio do Tony [Snow, porta-voz da Casa Branca]’. Informações de Jim Rutenberg [blog The Caucus, no sítio do New York Times, 11/7/07].