Leia abaixo a seleção de quarta-feira para a seção Entre Aspas. ************ Folha de S. Paulo Quarta-feira, 2 de junho de 2010 CANUDO Câmara debaterá diploma de jornalismo ‘A comissão especial da Câmara que discutirá a volta da obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão marcou a primeira audiência para o próximo dia 9. Serão convidados a presidente da ANJ (Associação Nacional de Jornais) e diretora-superintendente do Grupo Folha, Judith Brito, o presidente da Fenaj, Sérgio Murilo de Andrade, e alguns jornalistas.’ CAMPANHA Catia Seabra Programa de TV do PSDB trará Serra e Aécio juntos ‘Os ex-governadores José Serra e Aécio Neves deverão estar juntos no programa que o PSDB leva ao ar no dia 24. A pedido do comando da campanha do PSDB à Presidência, Aécio gravará a participação no programa ao lado do pré-candidato tucano. Na semana que vem, o mineiro viajará a São Paulo para as gravações, a cargo do jornalista Luiz Gonzalez. Responsável pelo programa de Minas, o publicitário Paulo Vasconcelos foi ontem o porta-voz do pedido. ‘Gonzalez perguntou quando poderia vir a São Paulo para gravar com Serra’, afirmou Aécio. A intenção é ampliar a votação em Minas, apontada como fundamental para o resultado da eleição. Segundo Aécio, pesquisas registram um percentual de 40% para Serra no Estado. Mas outros 15% admitem votar nele, desde que com a manifestação de apoio de Aécio. Outros 5% só votariam na chapa com Aécio na vice. Ao PSDB, Aécio alegou que não se sente convencido a abandonar as eleições em Minas por causa de 0,5% do eleitorado nacional. ‘Terei de trabalhar mais para a campanha do Anastasia do que para as minhas’, argumentou. TASSO Em viagem ontem a São Paulo, Aécio afirmou que, dentro do PSDB, o senador Tasso Jereissati (CE) é a melhor opção para a vice. ‘Tasso é o melhor nome do PSDB’, disse Aécio. No momento em que o PSDB reabre negociações com DEM em torno da vice, Tasso negou, no Twitter, a disposição de compor a chapa pela Presidência.’ TODA MÍDIA Nelson de Sá Bolsa Família, SUS etc. ‘Fechando a semana, o ‘China Daily’ deu manchete para os suicídios na fábrica do iPhone e, depois, para a greve por salário nas fábricas da Honda. E ontem, abrindo a semana na página de opinião, um artigo defendeu, como ‘tarefa governamental’ para combater a crescente diferença de renda, ‘um valor em dinheiro diretamente aos mais pobres, como no exemplo interessante do Brasil, que vem dando largos passos na distribuição’. Cita que o programa exige manter ‘as crianças na escola’. Também na página, o ‘China Daily’ republicou um editorial do Southcn.com, defendendo seguir o Brasil na adoção de um sistema de ‘educação e tratamento médico grátis’, pois os custos ‘são os maiores fardos para a maioria das famílias chinesas’. É ótimo ter um líder mundial como a Petrobras para destrancar nosso potencial. JOHN KEY primeiro-ministro da Nova Zelândia, ao anunciar uma concessão para exploração de petróleo na costa do país, via ‘New Zealand Herald’ e agências. SUPER Na capa da revista para investidores da City, o centro financeiro de Londres, ‘Brasil liga’. No enunciado interno, ‘a eleição de Lula anunciou uma nova era’ e o país pode, sim, ser a quinta economia. Desde que enfrente ‘desafios’ como a falta de infraestrutura É muito ruim quando o presidente não dá o exemplo. O exemplo vem de cima. MARCO AURÉLIO MELLO ministro do TSE, ao site da ‘Veja’, dizendo que as multas ‘podem pesar numa eventual impugnação’ de Dilma Rousseff, aviso que ‘também vale para José Serra’. CARISMA? Em meio ao vazamento de novas pesquisas, do Vox Populi no ‘Estado’ ao Ibope no ‘Jornal do Brasil’, apontando suposta liderança de Dilma Rousseff no país e no Rio, o cineasta Oliver Stone se encontrou com a petista, na home de UOL, Terra e outros. Segundo o iG, o diretor, que está no país para divulgar o lançamento do filme ‘Ao Sul da Fronteira’, descreveu Dilma como ‘carismática e forte’. MAIS UM Na capa do jornal ‘O Estado de S. Paulo’, ‘População de rua cresce 57% em SP’ em dez anos. Da Folha, ‘Morador de Santa Cecília planeja expulsar sem-teto’ forçando ONGs e restaurantes a ‘não doar comida’. Fim do dia, por Globo e outras, ‘vejam só as imagens das chamas’ no incêndio de uma favela no Morumbi ‘DETIDOS’ Na manchete on-line do ‘New York Times’ à tarde, ‘Israel retém centenas de detidos durante incursão contra frota’. O mesmo ‘NYT’ registrou -e depois tirou do texto- que Israel estava ‘negando acesso de jornalistas a testemunhas que podem contradizer sua versão dos fatos’. Entre os ‘detidos’, o escritor sueco Henning Mankell. Por aqui, da BBC Brasil ao UOL, ‘Israel impede brasileira detida de contatar família, diz Itamaraty’, sobre a cineasta Iara Lee. Fim do dia e, manchete na Reuters Brasil, ‘Israel deportará todos os detidos após ataque a navios’. TURQUIA VS. EUA Na manchete on-line do ‘Wall Street Journal’ à tarde, ‘Turquia ataca resposta dos EUA a Israel’. Foram confirmados quatro turcos entre os mortos. O chanceler turco criticou a declaração de Washington, anteontem, e também as 11 horas que o Conselho de Segurança gastou até aprovar uma condenação vaga às ‘ações’ na incursão contra a frota. Foram os EUA que ‘trabalharam nos bastidores para enfraquecer a linguagem’ do comunicado da ONU. OTAN NO SUL? Em entrevista à Reuters após passar ao segundo turno, Juan Manuel Santos prometeu tornar a Colômbia ‘um ator mais importante no cenário global’. Para tanto, ‘queremos nos introduzir mais na Otan’, organização militar liderada pelos EUA. ZELAYA VOLTA? Segundo AFP e Efe, o presidente de Honduras, Porfírio Lobo, negocia com o ex-presidente Manuel Zelaya, derrubado por um golpe, seu retorno ao país. Zelaya agradeceu ‘as boas intenções’ e vai analisar, mas já diz que o exílio ‘é uma tortura’.’ TELEVISÃO Andréa Michael ‘Viola’ comemora 30 anos com megafesta no Ibirapuera ‘Mais antiga atração musical da TV brasileira, o ‘Viola, Minha Viola’ completa 30 anos no ar na TV Cultura com programa especial gravado no Auditório Ibirapuera no próximo dia 16, às 16h. Entre os convidados da apresentadora Inezita Barroso, estão As Galvão, com seu ‘Beijinho Doce’, Daniel, Liu e Léu, Vieira e Vieirinha, além do violeiro Almir Sater. Com exceção das três primeiras edições, nas quais se apresentou como convidada, Inezita sempre esteve à frente do programa. Aos 85 anos, ela controla com mão de ferro a seleção musical. ‘Não quero guitarra, teclado e bateria americana. Ou toca de verdade, abre o bico e canta, ou não entra.’ Explica que o público é fiel e exigente. ‘Violas têm dez cordas e mais de 30 afinações. Não pode tocar qualquer coisa. O povo percebe.’ Nesses 30 anos, conta Inezita, as figuras são repetidas no teatro Franco Zampari (SP), no qual apresenta o ‘Viola, Minha Viola’ desde sua primeira apresentação. Cerca de 600 pessoas na plateia por semana, às quartas. Neste aniversário, 400 ingressos serão distribuídos para o público. Outros 400 para convidados especiais. Inezita diz que a música de raiz, que é base do programa, está em alta. Sua agenda tem cerca de três apresentações por semana até novembro. Memória 1. Só termina em 2013 a digitalização do acervo de teledramaturgia da Globo, trabalho que começou em setembro de 2008. O arquivo tem aproximadamente 400 mil horas de gravações, armazenadas em 80 mil fitas em formato VT 1 polegada. Memória 2. O arsenal ocupa uma área de 400 m2 no Projac, a central de produção da emissora no Rio de Janeiro. Memória 3. A partir do ano que vem, começa a digitalização da memória do jornalismo. Caderno. O apresentador do programa ‘Preço Certo’ (TV Record), Juan Alba, matriculou-se para o curso de interpretação com o diretor norte-americano Robert Castle, na Braapa (São Paulo), nos dias 19 e 20 deste mês. Bonzinho. No ‘Estúdio Móvel’ (TV Brasil), Leonardo Miggiorin contou que um dos papéis mais difíceis que fez foi o jovem legal Flavinho de ‘Viver a Vida’. Mais fácil, diz, foi viver o rebelde Shao Lin, em ‘Senhora do Destino’, ambas novelas da Globo. Vai ao ar em 29 de junho. Cadeira. No domingo, às 19h30, a modelo Ana Gequelin, estará na primeira fila do desfile apresentado pelo namorado, Carlos Miele. ‘É incrível como ele consegue deixar uma peça rock’n’roll com a leveza e a sutileza de uma mulher brasileira’, afirmou a apaixonada. Coração. Clara (Mariana Ximenez) diz que tem um momento de humanidade em ‘Passione’. ‘É quando eu estou com minha irmã Kelly’ (vivida por Carol Macedo).’ Clarice Cardoso ‘Desperate Housewives’ tenta consertar trama de última hora ‘Para o bem e para o mal, ‘Desperate Housewives’ encontrou uma receita básica que segue a cada ano. Primeiro, alguém novo chega com um segredo. Daí, as vizinhas bisbilhotam, fofocam. Vem uma catástrofe, alguém (quase) morre e chega a hora da revelação. Mas o desespero parece ter tomado conta da série em que quarentonas vivem, cada uma a seu modo, à beira de um ataque de nervos ante dilemas modernos tipicamente femininos. No desfecho do ano, os sinais de cansaço da fórmula do vizinho misterioso ficam evidentes. (É melhor adiar a leitura caso não queira saber detalhes antes de assistir.) Como quem conserta algo às pressas, o episódio dá fim óbvio ao drama nem tão grave, com um vilão nem tão assustador, do mistério nem tão obscuro de Angie (Drea de Matteo) -que, a bem da verdade, não engatou. Assim, entre os pontos fortes do final, estão o parto de Lynette (Felicity Huffman) feito pelo serial killer, a saída de Susan (Teri Hatcher) de casa por conta de dívidas e o fato de Bree (Marcia Cross), chantageada pelo filho do ex-marido, perder a empresa e Orson (Kyle MacLachlan). Ou seja, como muitas vezes no ano, a novata é posta de lado e as veteranas surgem, mais uma vez, para (tentar) salvar o episódio.’ MERCADO EDITORIAL Editoras anunciam nova empresa para distribuição de livros digitais ‘A editora Objetiva anunciou ontem que vai se associar ao grupo Record e à editora Sextante em uma nova empresa exclusiva para livros eletrônicos. A Distribuidora de Livros Digitais será uma plataforma de hospedagem e distribuição para livrarias online e fornecedores de conteúdo digital. Não estará voltada, portanto, ao consumidor final. Pelo comunicado, as editoras Intrínseca e Rocco também integram o projeto, mas não foi explicado que participação cada parceiro terá. A Objetiva informou que um representante se manifestaria hoje. Assegurar proteção contra pirataria e o acesso das editoras em tempo real aos dados para faturamento e liquidação de direitos autorais foi um dos motivos para a criação do grupo, segundo o informe.’ REDE SOCIAL Alexandre Orrico Facebook muda, mas segue sob críticas ‘Mark Zuckerberg, 26, executivo-chefe e fundador do Facebook, pode ter simplificado o controle das configurações de privacidade da rede, mas as mudanças estão longe de agradar a todos. São três as principais alterações, anunciadas no blog da companhia (blog.facebook.com), na última quarta-feira (veja quadro ao lado): um controle mestre para que o usuário possa acessar todas as opções, maior facilidade para desligar aplicações de terceiros e redução das informações que devem permanecer públicas. O grupo inglês Privacy International reagiu com ‘desapontamento e frustração’ dizendo que ‘as últimas mudanças meramente corrigem algumas das mais inaceitáveis configurações de privacidade no site. Muito pouco mudou nos termos de desafio global de privacidade que o Facebook e seus usuários precisam navegar’. ‘As pessoas acham que não nos importamos com sua privacidade, mas não é verdade. Há um equilíbrio’, disse Zuckerberg em entrevista coletiva no último dia 26, em Palo Alto, Califórnia. As mudanças são uma resposta às críticas sofridas nos últimos meses, principalmente depois da implementação do botão ‘Curtir’. A funcionalidade permitia que material externo fosse publicado diretamente nos perfis dos usuários, bem como serviços de busca tenham acesso a essas informações. Agora, essas opções podem ser desativadas. Usuários da rede já encontraram uma maneira de protestar: criaram um grupo com mais de 2 milhões de usuários, que clamam por mudança nos termos de compromisso e também por modificações no layout. Nele estão também dicas de site e notícias sobre o tema. Acesse o grupo em tinyurl.com/fbprivacidade. O Facebook é quase uma unanimidade. Site mais acessado do planeta, segundo relatório do Google divulgado na quarta-feira passada, tem 450 milhões de usuários. Se fosse um país, o Facebook seria o terceiro em tamanho, atrás apenas de China e Índia. Mas a política de privacidade, calcanhar de Aquiles da rede, a que tudo indica, incomodará Zuckerberg por um bom tempo.’ TECNOLOGIA Rafael Capanema Diretrizes da Apple são questionadas ‘Para despir as moças que figuram no tabloide alemão ‘Bild’, basta baixar o aplicativo do jornal para iPhone e chacoalhar o aparelho. Mas o programa só foi aceito na loja virtual App Store depois de a Apple ordenar à ‘Bild’ que cobrisse suas modelos com biquínis. Os seios, que desfilam completamente nus na versão em papel do tabloide, também têm que ser cobertos digitalmente na versão do programa para iPhone. ‘Hoje são seios nus [que a Apple censura]. Amanhã, pode ser conteúdo editorial’, escreveu em fevereiro Donata Hopfen, diretora do departamento de mídia digital do ‘Bild’, à federação de editores de jornais alemães. Em janeiro, outra publicação alemã, a revista ‘Stern’, teve seu aplicativo removido porque vinha com uma galeria de imagens eróticas. Os conflitos da ‘Bild’ e da ‘Stern’ com a Apple não são um caso isolado. Pelo contrário: a empresa parece obcecada em suprimir mamilos do iPhone e do iPad. Segundo o site Shiny Shiny, a versão da revista de moda ‘Dazed & Confused’ para iPad ganhou internamente o apelido ‘edição Irã’, de acordo com uma pessoa envolvida em sua criação. Já o programa para leitura de livros eletrônicos Eucalyptus foi impedido de entrar na App Store em maio de 2009 porque poderia permitir o acesso ao ‘Kama Sutra’. Em fevereiro deste ano, a Apple extirpou de uma só vez 5.000 programas com conteúdo supostamente sexual da App Store. À época, Philip Schiller, vice-presidente de marketing de produtos da empresa, afirmou que a decisão foi tomada depois de reclamações de consumidores. Em abril, o executivo-chefe da Apple, Steve Jobs, disse por e-mail a um cliente que a empresa tem a ‘responsabilidade moral de manter pornografia longe do iPhone’. ‘As pessoas que quiserem pornografia podem comprar um telefone com Android [sistema operacional móvel do Google]’, escreveu Jobs. MONOPÓLIO Observando que a plataforma de aplicativos móveis da Apple é a maior do mundo, Jesus Diaz, do site de tecnologia Gizmodo, questiona: ‘Será que isso não pode ser considerado um abuso de quase-monopólio?’. ‘Se as coisas ficarem piores, espero que os advogados da União Europeia e de alguma comissão do Senado dos EUA nos deem uma resposta’, conclui Diaz. PROTESTO Para criticar as políticas antipornografia da Apple, o artista alemão Johannes P. Osterhoff colou imagens explícitas sobre um anúncio do iPad no metrô de Berlim; para ele, o tablet é ‘perfeito para espectadores de pornografia’ (bit.ly/ffporn)’ ************ O Estado de S. Paulo (
Quarta-feira, 2 de junho de 2010
CAMPANHA
Daniel Bramatti
Restrição a emissoras é criticada em fórum de liberdade de imprensa
‘A imposição de restrições legais às emissoras de rádio e TV durante a campanha eleitoral foi criticada ontem pelo jornalista Fernão Lara Mesquita, um dos participantes do fórum Liberdade de Imprensa e Democracia, promovido pela revista Imprensa.
‘A televisão e o rádio, nessas horas de eleição, não podem falar nada dos candidatos. Só os candidatos podem falar alguma coisa sobre si mesmos. Em qualquer país do mundo, fora alguns cantos da África, isso viraria um escândalo, mas o Brasil está acostumado’, afirmou Mesquita, integrante do Conselho de Administração do Grupo Estado.
Segundo a Lei Eleitoral, no período oficial de campanha, emissoras de rádio e TV não podem difundir opinião favorável ou contrária a candidatos ou partidos. Também são obrigadas a dar o mesmo padrão de tratamento e o mesmo tempo para os candidatos a um mesmo cargo.
Fernão Lara Mesquita participou do painel O Direito à Informação como Fundamento da Democracia: Avanços e Recuos, juntamente com Roberto Muylaert, presidente da Associação Nacional dos Editores de Revistas (Aner), e Demi Getschko, do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR.
Muylaert criticou a censura judicial imposta ao Estado e disse que há órgãos de imprensa cuja viabilidade econômica está ameaçada pelo pagamento de indenizações excessivas, por determinação de juízes. ‘Censurar é sempre um ato grotesco’, disse.
Internet. Getschko apresentou um histórico da implantação da internet e falou sobre o risco de que determinadas legislações ameacem a liberdade de expressão na rede. Para ele, é preciso evitar que provedores de conteúdo sejam responsabilizados na Justiça por eventuais comentários escritos pelos leitores nas páginas de sites ou blogs.
Fernão Lara Mesquita criticou as violações aos direitos autorais na internet. ‘Com a tecnologia que permite a criação de cópias idênticas aos originais, o que acontece é roubo, mesmo.’ O jornalista apresentou um relato histórico sobre a liberdade de imprensa e o avanço da democracia no mundo. Destacou ainda o papel da imprensa norte-americana no combate à corrupção e na aprovação de reformas importantes, como a legislação antitruste e a criação de instrumentos de democracia direta.
Mesquita mostrou-se pessimista com a ação de grupos monopolistas na economia mundial, após o enfraquecimento de leis que garantiam a concorrência em determinados setores. ‘Desaba aí um dos fundamentos da democracia americana, que era opor uma ganância a outra ganância’, afirmou Mesquita. ‘A concorrência era um limitador. Quando não há mais concorrência e se pende para os monopólios, esses monopólios acabam com mais poder que o Estado. A mídia vai por esse caminho.’’
TECNOLOGIA
Reuters
TV 3D na França aposta em esporte e sexo
‘As empresas francesas estão apostando em esportes e pornografia para atrair telespectadores à compra de TVs 3D. ‘Os telespectadores estendiam os braços para apanhar as balas nos comerciais em 3D da Haribo exibidos em cinemas. E quando seios saltam da tela, é a mesma coisa — as pessoas estendem as mãos para tocá-los,’ disse Philippe Gerard, co-fundador da 3Dlized, que está trabalhando com Marc Dorcel, produtor de conteúdo adulto, em novas produções tridimensionais.
Especialistas consideram que futebol, boxe e rúgbi, bem como outras formas de entretenimento, a exemplo de ópera, balé e shows eróticos, devem liderar a campanha de atração.
Outros tipos de imagens, como as exibidas em telejornais, são vistas como inapropriadas à nova mídia.
‘Ao contrário da televisão HD, a 3D não significa uma transformação da TV em curto prazo. Não vamos dizer aos franceses que, se não comprarem um televisor 3D amanhã, não terão televisão para assistir,’ disse Gilles Maugars, diretor assistente de tecnologias da rede de TV TF1, à Reuters.
O grupo de pesquisa de mercado Gfk considera que as vendas na França devam chegar a 200 mil unidades até o final do ano, e estima que apenas em maio as vendas atinjam mil unidades. As fabricantes demonstram mais otimismo, e planejam vender meio milhão de televisores 3D este ano.
A Gfk estima que as vendas gerais de televisores crescerão em 18% este ano na França, para 8,7 milhões de unidades. Os preços dos televisores 3D começam em 1,3 mil euros (US$ 1,6 mil), e mais US$ 100 pelo par de óculos especiais, que todos os espectadores precisam usar.’
SOCIEDADE
Tatiana de Mello Dias
O que é Governo 2.0?
‘Na semana passada, aconteceu em Washington a conferência Gov 2.0 Expo, que discutiu como a abertura de dados pode fazer com que os cidadãos se aproximem e participem efetivamente do governo de um País. O movimento ainda está engatinhando, mas já há boas iniciativas pintando por aí.
O ‘Governo 2.0″ — por mais que alguns torçam o nariz contra a expressão ‘2.0′ — é a maneira como os cidadãos podem, por meio de ferramentas abertas e livres, participar dos governos. Isso começa de um processo simples: a abertura de dados.
Quando os governos disponibilizam dados de forma aberta e legível, cidadãos comuns podem criar ferramentas que ajudam os cidadãos a participarem das decisões e terem acesso às informações que podem não ser divulgadas pelo Estado.
O Mashable listou alguns aplicativos bacanas que surgem a partir dessa lógica. Os governos ainda estão engatinhando no esforço de divulgar seus dados e se tornar mais transparentes — mas, do pouco que está disponível, algumas soluções bem criativas já estão aparecendo.
O Real Time Congress, por exemplo, é um aplicativo para iPhone que, como o nome sugere, permite que os cidadãos acessem informações sobre o congresso norte-americano em tempo real. O SeeClickFix também: o aplicativo recebe denúucias em tempo real dos problemas da cidade — depois, é possível acompanhar o que está acontecendo em vários pontos do mundo. Em São Francisco (EUA), outro exemplo: o Ecofinder ajuda a encontrar locais de descarte de lixo reciclável.
Todos eles aproveitaram uma base de dados aberta — seja a localização das lixeiras recicláveis ou a movimentação dos parlamentares — e criaram sobre isso uma nova funcionalidade para os cidadãos. Afinal, porque isso deve ficar só nas mãos dos governos? A web reverte essa lógica.
Aqui no Brasil, quem vem batendo constantemente na tecla do ‘Governo 2.0″ é o pessoal do Transparência HackDay: eles tentam levar a lógica hacker de mudar e adaptar o sistema à outras esferas — nesse caso, a política.
Eles têm uma comunidade bem ativa que pega planilhas de dados do governo e criam aplicativos que facilitem o acesso e a transformação daquela informação. Um exemplo simples: o Sac SP é um aplicativo que reúne as reclamações feitas à prefeitura com o Google Maps, e cria uma visualização dos problemas da cidade por mapa.
Ou o recém-lançado Cruzalinhas, site que busca por todas as linhas de ônibus que passam próximas a um endereço (de maneira muito mais eficiente do que o sistema da própria SPTrans).
Mas há mais. O Vote na Web é um site que usa a base de dados da Câmara dos Deputados e a transforma em um site simples em que os cidadãos podem opinar diretamente sobre os projetos de lei. Eles, aliás, apresentaram esse projeto no Gov 2.0 Expo.
São exemplos simples de como os dados divulgados pelos governos podem ter um impacto imediato na vida dos cidadãos. O Brasil não tem nada parecido — mas vale acompanhar o PL 219/2003, que legisla sobre o acesso às informações públicas, que foi aprovado pela Câmara e segue para o Senado.
O governo de São Paulo chegou a apresentar no final do ano passado o projeto Governo Aberto, que disponibilizaria dados públicos para que desenvolvedores criassem aplicativos sobre eles, mas o site foi fechado. Eles, então, pegaram a base de dados liberada pelo próprio governo recriaram uma nova versão livre e aberta.
Os governos poderiam contribuir com sites mais abertos e divulgação de dados de uma maneira legível por máquinas. O Reino Unido, por exemplo, tem o Data.gov.uk. Os EUA têm o Data.gov (cujo slogan deixa claro o conceito: ‘empowering people’, ou ‘dando poder às pessoas’). Ainda falta um pouco para o Brasil chegar lá.’
************